Os mediadores Qatar e EUA tinham anunciado o cessar-fogo na quarta-feira, mas o acordo ficou pendente durante mais de um dia, uma vez que o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, insistiu que houve complicações de última hora que atribuiu ao movimento islamita palestiniano Hamas.
No âmbito da primeira fase do acordo de cessar-fogo entre Israel e o Hamas na Faixa de Gaza, “o Governo aprova a libertação de 737 prisioneiros e detidos”, declarou o ministério em comunicado.
Entre os prisioneiros a libertar encontra-se Zakaria Zubeidi, responsável por vários ataques contra civis israelitas e antigo líder das Brigadas dos Mártires de Al-Aqsa, braço armado do movimento Fatah.
“O Governo aprovou o plano de libertação dos reféns”, pode ler-se, no texto publicado pelo gabinete do primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu.
“O plano para a libertação dos reféns entrará em vigor no domingo, 19 de janeiro de 2025”, refere ainda.
O Conselho de Ministros de Israel tinha iniciado na sexta-feira à noite a reunião para votar o acordo de cessar-fogo com o Hamas na Faixa de Gaza, já aprovado pelo Gabinete de Segurança.
O Gabinete de Segurança do Governo de Israel tinha dado na sexta-feira luz verde ao compromisso com o Hamas, recomendando às autoridades a aprovação do cessar-fogo após examinados “todos os aspetos políticos, de segurança e humanitários do acordo proposto, e considerando que este apoia a realização dos objetivos de guerra”.
O fim definitivo das hostilidades será negociado durante a primeira fase do entendimento, que se prevê ter início no domingo, com a suspensão dos combates e libertação dos primeiros prisioneiros, e que se prolonga por 42 dias.
Segundo duas fontes próximas do Hamas citadas pela agência France-Presse (AFP), o primeiro grupo deverá incluir três mulheres israelitas.
Em troca, Israel concordou “libertar vários prisioneiros importantes”, adiantou uma das fontes.
O acordo, resultado de negociações prolongadas e intensas, foi divulgado antes do regresso do republicano Donald Trump à Casa Branca, previsto para segunda-feira.
Além das libertações iniciais de reféns, a primeira fase inclui, de acordo com o Presidente norte-americano cessante, Joe Biden, “um cessar-fogo total” e uma retirada israelita de áreas densamente povoadas, bem como o aumento da ajuda humanitária ao enclave destruído.
A segunda fase deverá permitir a libertação dos últimos reféns, antes da terceira e última etapa dedicada à reconstrução da Faixa de Gaza e à restituição dos corpos dos reféns que morreram no cativeiro do Hamas.
O conflito em curso foi desencadeado por um ataque sem precedentes do Hamas em solo israelita, em 07 de outubro de 2023, que fez cerca de 1.200 mortos e mais de duas centenas de reféns.
Após o ataque do Hamas, Israel desencadeou uma ofensiva em grande escala na Faixa de Gaza, que já provocou quase 47 mil mortos, na maioria civis, e um desastre humanitário, desestabilizando toda a região do Médio Oriente.
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