Há quatro dias, as forças israelitas lançaram um ataque de drone contra um edifício em Beirute depois de dois projéteis terem sido disparados do território libanês contra o norte de Israel.

As Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês) disseram que “aviões de guerra, sob a direção do Shin Bet [os serviços de informações internas], atacaram recentemente um terrorista” do partido da milícia xiita libanesa Hezbollah, no bairro de Dahiya.

“Ele representava uma ameaça real e imediata, por isso agimos para o eliminar”, disseram as IDF, num comunicado.

O exército disse que o alvo “estava a orientar agentes” do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) e “a ajudá-los numa tentativa de realizar um ataque sério contra cidadãos israelitas no futuro imediato”.

As IDF prometeram “continuar a agir para eliminar qualquer ameaça aos cidadãos do Estado de Israel”.

A emissora Al-Manar, afiliada do Hezbollah, disse que o ataque ocorreu por volta das 03h30 (01h30 em Lisboa) e “causou várias vítimas civis”: pelo menos três mortos e sete feridos num edifício perto da mesquita Imam el-Kazem, no distrito de Sfeir.

As equipas de ambulância transportaram os feridos para hospitais próximos, enquanto dois edifícios foram destruídos e outros três foram danificados.

No domingo, as autoridades libanesas confirmaram a detenção de “vários suspeitos” de envolvimento no lançamento, na sexta-feira, de projéteis do sul do país em direção a Israel, que retaliou atacando os subúrbios de Beirute.

A Direção-Geral da Segurança Pública indicou que “as autoridades competentes iniciaram investigações para apurar responsabilidades e tomar as medidas legais pertinentes” após a detenção de “vários suspeitos”.

O exército libanês tinha já anunciado a descoberta no sul do país dos locais de lançamento de foguetes utilizados para atingir Israel, numa área a cerca de 30 quilómetros da fronteira israelita.

As forças armadas libanesas abriram “um inquérito para determinar os autores dos disparos”, seguindo a ordem dada pelo primeiro-ministro, Nawaf Salam.

O comandante das Forças Armadas libanesas, general Rudolph Haykal, anunciou entretanto que as tropas detiveram várias pessoas por estes atos atribuídos pelo exército israelita à milícia xiita libanesa Hezbollah.

As partes chegaram a um acordo de cessar-fogo com base no qual tanto Israel como o Hezbollah se comprometeram a retirar as suas tropas do sul do Líbano. No entanto, o exército israelita não se retirou completamente e manteve cinco postos no território do país vizinho.

Além disso, o exército israelita realizou vários bombardeamentos durante as semanas que se seguiram ao cessar-fogo, argumentando estar a agir contra as atividades do Hezbollah e que, portanto, não viola o cessar-fogo, embora tanto Beirute como o grupo tenham criticado essas ações.