“É a vida que demonstra como governos dirigidos por forças de extrema-direita, ou em que esta participa, convivem bem com a União Europeia, e como a União Europeia, para além da retórica, convive bem com estas forças reacionárias e antidemocráticas”, disse hoje João Oliveira num comício do PCP em Matosinhos, no distrito do Porto.
Perante um pavilhão lotado na Escola Secundária Gonçalves Zarco, o candidato comunista entende que se percebe “essa convivência porque nem uns nem outros contestam o capitalismo, o poder do grande capital, a exploração e a degradação das condições de vida dos povos, a corrida aos armamentos, a crescente subordinação de países” como Portugal “às grandes potências”.
“A alternativa não está nas falsas opções dessa armadilha”, que João Oliveira tinha identificado anteriormente: “optar pelo aprofundamento da política de direita, de que é parte a integração capitalista europeia, ou cair nos braços da extrema-direita”.
Para o candidato comunista, “a alternativa que serve os povos e o seu futuro está numa Europa de paz, progresso e cooperação”.
Já o secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, denunciou “a hipocrisia e o cinismo” da União Europeia quanto à “dualidade de critérios” nas guerras na Ucrânia e na Palestina.
“Defendemos não o isolacionismo de que alguns falsamente nos acusam mas, pelo contrário, o alargamento das nossas relações internacionais. Não com este ou com aquele, mas com todos os povos do mundo”, assinalou o líder comunista.
Para Paulo Raimundo, “isolacionistas são todos aqueles que acham que o mundo se resume a Berlim, a Bruxelas ou a Washington”, sendo essa “sim, uma profunda visão isolacionista” e até “uma visão pequena de um mundo cada vez maior e cada vez mais multipolar”.
O comício “Por uma Europa de paz, progresso e cooperação” contou ainda com a participação e depoimentos de dirigentes de partidos da família política comunista europeia (GUE/NGL), nomeadamente dos Partidos Comunistas de Espanha e França, do Partido do Trabalho da Bélgica e do AKEL (Partido Progressista do Povo Trabalhador) de Chipre.
As eleições europeias estão marcadas para dia 9 de junho.
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