Segundo a emissora pública Kan, tanto o ministro da Defesa, Yoav Gallant, como o chefe do Estado-Maior General, Herzi Halevi, bem como os diretores das agências de informações nacionais e estrangeiras (Shin Bet e Mossad), Ronen Bar e David Barnea, disseram na noite de domingo ao chefe do Governo, Benjamin Netanyahu, que apoiam um acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza.
De acordo com a sua análise, o grupo palestiniano não teria tempo suficiente em seis meses para se reagrupar e rearmar, pelo que a prioridade deve ser libertar os reféns israelitas que ainda permanecem no enclave.
De acordo com o canal de notícias israelita 12, Netanyahu mostrou-se relutante em aceitar a argumentação dos quatro responsáveis e criticou-os pela sua flexibilidade.
Netanyahu viajou hoje para Washington para uma visita oficial aos Estados Unidos, na qual se vai reunir com o Presidente norte-americano, Joe Biden, e discursar perante as duas câmaras do Congresso.
Na noite de domingo, enquanto milhares de israelitas afluíam ao aeroporto Ben Gurion de Telavive para lhe exigir que não viajasse antes de selar um acordo com o Hamas, Netanyahu anunciou que uma delegação israelita iria relançar as negociações.
As últimas conversações indiretas entre Israel e o Hamas tiveram lugar há algumas semanas em Doha e no Cairo, com sinais positivos de que um acordo estava próximo.
Mas, no último minuto, o primeiro-ministro acrescentou exigências que bloquearam novamente o diálogo, como o controlo do Corredor de Filadélfia e a passagem de Rafah, na fronteira da Faixa de Gaza com o Egito.
Na sua conversa com as lideranças militares e de segurança, Netanyahu deixou claro que não pretende recuar nas suas exigências, que farão parte da mensagem da delegação de negociações, que deverá partir na quinta-feira.
O local das negociações ainda não foi divulgado.
O atual conflito foi iniciado em 07 de outubro com um ataque sem precedentes do Hamas em Israel, onde deixou quase 1.200 mortos e de onde levou mais de 200 pessoas como reféns.
Em retaliação, Israel lançou desde então uma grande ofensiva na Faixa de Gaza, e, de acordo com as autoridades locais controladas pelo Hamas, cerca de 39 mil pessoas já morreram, a maioria civis, num cenário denunciado pela ONU como um desastre humanitário.
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