“Não troco a minha dignidade pela falsidade. Eu sou favorável à criação do Estado palestiniano livre e soberano. Que possa esse Estado palestiniano viver em harmonia com o Estado de Israel”, disse Lula da Silva.
“O que o governo do Estado de Israel está fazendo não é guerra, é genocídio. Crianças e mulheres estão sendo assassinadas”, sublinhou o chefe de Governo brasileiro na rede social X.
Na mesma mensagem, Lula sublinhou que faz esta acusação “da mesma forma” que disse, quando estava na prisão, “que não aceitaria acordo para sair da prisão e que não trocaria a liberdade pela dignidade”.
O atual Presidente do Brasil esteve mais de um ano e meio na prisão entre abril de 2018 e novembro de 2019, após ter sido condenado por branqueamento de capitais e corrupção. O Supremo Tribunal Federal brasileiro acabou por anular todos os processos contra Lula da Silva.
Israel considerou Lula da Silva ‘persona non grata’ depois do chefe de Estado brasileiro ter comparado, em 18 de fevereiro, as ações israelitas na Faixa de Gaza ao Holocausto cometido pelos nazis alemães contra os judeus na II Guerra Mundial.
As declarações de Lula da Silva desencadearam várias reações diplomáticas, com o ministro israelita dos Negócios Estrangeiros, Israel Katz, a convocar o embaixador brasileiro em Israel, Frederico Meyer, para um encontro diplomático no Museu do Holocausto, em Jerusalém.
De seguida, o Governo brasileiro convocou o embaixador israelita em Brasília e chamou para consultas o embaixador brasileiro em Telavive.
Na quinta-feira, o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, disse que, num encontro com Lula da Silva, em Brasília, no dia anterior, manifestou repúdio pela comparação feita pelo Presidente brasileiro.
Blinken, cujo pai adotivo foi um sobrevivente do Holocausto, observou que, apesar do comentário de Lula da Silva, os Estados Unidos e o Brasil concordam com a necessidade de conseguir a libertação dos reféns do Hamas e um cessar-fogo humanitário em Gaza.
A guerra entre Israel e o Hamas foi desencadeada por um ataque sem precedentes do movimento islamita palestiniano no sul de Israel, a 07 de outubro, que causou a morte de cerca de 1.160 pessoas, a maioria civis, e o rapto de mais de 240 pessoas, 134 das quais continuam reféns. A ofensiva israelita de retaliação, segundo o Hamas, já matou mais de 29.500 pessoas, a maioria civis, em Gaza.
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