O número de pessoas presentes na manifestação antigovernamental, na qual participaram pela primeira vez familiares dos reféns sequestrados pelo grupo islamita Hamas na Faixa de Gaza, foi avançado à agência espanhola EFE pelos organizadores do protesto.
Os familiares dos reféns — que têm realizado protestos independentes em relação à contestação antigovernamental – exigem um acordo que facilite a libertação das 130 pessoas que ainda estão em cativeiro em Gaza.
“Se não pode trazê-los de volta, afaste-se, vá-se embora. Precisamos de alguém no seu lugar que possa fazê-lo”, afirmou a filha de uma das reféns libertada durante a trégua de sete dias acordada entre Israel e o Hamas em novembro, citada pela agência EFE.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamim Netanyahu, em declarações a jornalistas enquanto decorria o protesto, defendeu que convocar eleições antecipadas só serviria para parar as negociações para a libertação dos reféns.
“O primeiro a agradecer seria o Hamas”, afirmou o governante.
Benjamim Netanyahu garantiu que faz tudo o que está ao seu alcance para libertar os reféns, mas que as exigências do grupo islamita palestiniano, nas negociações que estão a decorrer no Qatar, “são um perigo para a segurança nacional”.
Ouvidos pela EFE, os manifestantes têm outro entendimento. “Netanyahu não quer que os reféns voltem a casa, porque sabe que nesse caso teria que enfrentar julgamentos pendentes e pode ir para a prisão. Por isso, está a prolongar tanto está guerra”, afirmou uma das manifestantes, Maya Gal, de 70 anos, em declarações à EFE.
Para Maya, ao primeiro-ministro de Israel “não interessam os soldados nem os reféns, só os seus interesses políticos”.
A guerra em curso entre Israel e o Hamas foi desencadeada por um ataque sem precedentes do grupo islamita palestiniano em solo israelita, em 7 de outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortos e mais de duas centenas de reféns, segundo as autoridades israelitas.
Em represália, Israel lançou uma ofensiva na Faixa de Gaza que já provocou cerca de 32.800 mil mortos, dos quais mais de 70% são mulheres e crianças, aos quais se juntam 75.190 feridos, de acordo com o Hamas, que controla o território desde 2007.
Comentários