Entre instituições privadas e públicas, os alunos terão este ano mais 1.647 lugares, segundo os dados disponibilizados pela Direção-Geral do Ensino Superior (DGES).

Três em cada quatro vagas são abertas em instituições públicas, que este ano disponibilizam 76.818 lugares (mais 691 do que no ano passado), enquanto as instituições privadas decidiram abrir 24.980 lugares (mais 956 do que em 2024).

Este ano, as vagas são divulgadas dois meses mais cedo, permitindo aos alunos conhecer a oferta de cada instituição antes de se inscreverem para os exames nacionais do secundário.

No geral, volta a haver um ligeiro aumento de vagas, destacando-se os cursos que dão acesso à profissão de professor: As vagas nos ciclos de estudo de Educação Básica aumentaram 20%, passando agora a haver 1.197 vagas (mais 204 que no ano passado).

O Ministério da Educação, Ciência e Inovação (MECI) alterou o diploma que define as orientações e limites na fixação de vagas para acesso e ingresso na Educação Superior em 2025, dando carta aberta às instituições para aumentar as vagas dos ciclos de estudo de Educação Básica sem qualquer limite além do limite máximo de admissões.

Com a fixação das vagas hoje divulgadas, as Instituições de Educação Superior (IES) podem também agora aumentar as vagas dos mestrados de formação de professores.

O ministro da Educação, Fernando Alexandre, já tinha revelado que haveria um aumento de lugares para os cursos que permitem aos alunos virem a ser professores, mas sem nunca avançar o número concreto, optando por dizer que também iria haver mais lugares para formar futuros médicos.

Os números hoje divulgados mostram que no próximo ano letivo haverá mais 130 vagas em Medicina do que no ano passado através dos concursos e regimes especiais de acesso, mas a maioria (86) será para estudantes internacionais que entrem através do concurso especial, uma possibilidade introduzida este ano pelo Governo “em resposta às solicitações das instituições”, sublinha a tutela.

“Para a disponibilização destes lugares adicionais, as instituições pediram aumentos do limite máximo de admissões, subindo o número total de vagas que podem ser oferecidas nos cursos de Medicina”, explica o MECI, garantindo que este aumento não prejudicou o número de vagas em Medicina através do Regime Geral de Acesso, que se mantém em 1.594.

No universo das cerca de 75 mil vagas das instituições públicas, 55.956 são fixadas através do Regime Geral de Acesso e as restantes 20.862 vagas são fixadas no conjunto dos concursos e regimes especiais de acesso.

Cursos de Excelência terão mais 432 vagas do que no ano passado

Os alunos terão nos concursos de acesso ao ensino superior deste ano mais 432 vagas nos “cursos de excelência”, ou seja, aqueles cursos com médias de acesso mais elevadas.

Os cursos de excelência, assim designados por terem mais candidatos em primeira opção com nota igual ou superior a 17 valores, terão este ano 4.468 vagas, mais 432 do que no ano passado, segundo dados divulgados hoje pela Direção-Geral do Ensino Superior (DGES).

A maioria destes cursos encontra-se nas universidades do Porto e de Lisboa, mas também há outros um pouco por todo o país, desde a Universidade do Minho, a Aveiro ou Coimbra.

Há vários anos que estes cursos, que deixam de fora muitos alunos com médias bastante elevadas, não podem reduzir o número de vagas e até lhes é permitido aumentar. Este ano, o crescimento é de 10,7%.

Outra das áreas em que a legislação impõe, no mínimo, a manutenção de vagas nos concursos nacionais são os cursos que visam as competências digitais: Este ano os alunos terão 9.414 vagas (mais 59 do que em 2024), segundo dados da DGES.

O despacho assinado pelo ministro da Educação, Fernando Alexandre, veio definir que os cursos de Medicina e formação de professores, que podiam aumentar até 10% a oferta, passam a ter como limite máximo de admissões o valores acreditados pela Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior (A3ES).

No caso das vagas dos cursos de Educação Básica há um aumento de 20,5%, com 1.197 lugares para quem queira vir a ser professor.

Já os cursos de Medicina mantêm o valor do ano passado para o Regime Geral de Acesso, com as mesmas 1.594 vagas, aumentando-as apenas nos regimes e concursos especiais, com mais 130 lugares, sendo mais de metade para alunos estrangeiros.

Em janeiro, o Governo introduziu a possibilidade de fixação de vagas para estudantes internacionais e foram agora abertos 86 lugares para estudantes estrangeiros nos cursos de Medicina.

Das onze instituições que neste momento disponibilizam vagas para os cursos de Medicina, através dos vários regimes de acesso, apenas as universidades de Aveiro, Açores e Madeira mantiveram o número inalterado, quando comparado com o ano passado.

Todas as outras aumentaram as vagas, com a Universidade do Porto e a Universidade Nova de Lisboa a destacarem-se pela positiva, disponibilizando agora, respetivamente, mais 26 e 25 vagas do que em 2024.

Os dados hoje divulgados pela DGES mostram ainda que há este ano 43 vagas para o 1.º ano da licenciatura do curso de Ciências Policiais do Instituto Superior de Ciências Policiais e Segurança Interna.

Já no que toca ao ensino à distancia, há 2.843 lugares, segundo os dados oficiais, não estando incluídas as vagas da Universidade Católica Portuguesa.

Este ano há mais de 55 mil vagas nas instituições públicas, o que representa um aumento de 643 lugares. Olhando para todas as universidades e politécnicos públicos, destacam-se o Instituto Politécnico do Porto, com um aumento de 172 vagas face ao ano passado, e o Instituto Politécnico de Bragança, com mais 122 vagas.

Já olhando para as instituições que mais reduzem o número de vagas, surgem a Universidade de Évora, com menos 132 lugares do que no ano passado, e a Universidade de Aveiro, menos 94.

Entre as instituições privadas que este ano disponibilizam quase 19 mil lugares (mais 902 do que em 2024), a que regista o maior aumento é a Universidade Europeia, com mais 210 vagas, seguindo-se a Universidade Lusíada, mais 111, e a Lusófona, com mais 100 vagas em relação ao ano passado.

Os dados divulgados hoje têm também as vagas de cinco instituições que foram chumbadas pela Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior (A3ES).

Em outubro do ano passado, a A3ES decidiu não acreditar a Escola Superior de Atividades Imobiliárias, o Instituto Superior de Administração e Línguas, o Instituto Superior de Estudos Interdisciplinares e Transdisciplinares de Almada, o Instituto Superior de Serviço Social do Porto e o Instituto Superior Miguel Torga.

No entanto, a DGES divulga hoje as vagas de cada uma delas para o próximo ano, tendo em conta que essas instituições instauraram providências cautelares com vista à suspensão da eficácia do ato de não acreditação.

Por isso, explica a DGES, “até respetiva decisão judicial, encontram-se suspensos os atos de não acreditação da A3ES, não podendo a tutela atuar noutro sentido que não seja o da divulgação das vagas fixadas para esses estabelecimentos”.

Todas as instituições, à exceção do Instituto Superior Miguel Torga, mantêm inalterado o número de vagas: a Escola Superior de Atividades Imobiliárias terá 124 lugares como em 2024, o Instituto Superior de Administração e Línguas terá 337, o Instituto Superior de Estudos Interdisciplinares e Transdisciplinares de Almada abre 165 vagas e o Instituto Superior de Serviço Social do Porto outras 135.

Já o Instituto Superior Miguel Torga anuncia que irá ter mais dez vagas, passando a disponibilizar 470 lugares.