“Parece uma manhã alarmante para nós: há atividade inimiga na fronteira da zona de Krasnoyaruzhsky”, disse o governador da região de Belgorod, Vyacheslav Gladkov, num vídeo publicado na plataforma de mensagens Telegram.
"Estou certo de que os nossos militares tudo farão para fazer face à ameaça que surgiu", disse Gladkov, citado pela Reuters. "Estamos a começar a transferir as pessoas que vivem no distrito de Krasnaya Yaruga para locais mais seguros", acrescentou.
De acordo com dados oficiais, o bairro tem uma população de cerca de 14.000 habitantes.
Este anúncio surge no momento em que o exército russo enfrenta, desde terça-feira passada, uma incursão armada sem precedentes na região de Kursk, na qual participam “milhares de soldados” ucranianos, disse um alto funcionário ucraniano.
A região de Belgorod, próxima de Kursk, é alvo de ataques regulares ucranianos e de ataques de ‘drones’ em retaliação contra o ataque russo, indicou Kiev.
A Rússia destruiu cinco drones sobre Belgorod durante a noite, 11 sobre Kursk e dois sobre Voronezh, de acordo com o Ministério da Defesa russo, que afirmou estar a repelir os ataques ucranianos no interior da Rússia.
Desde o início da ofensiva russa na Ucrânia, em fevereiro de 2022, as autoridades já ordenaram retiradas da população em várias ocasiões nesta região, na sequência de ataques particularmente violentos que visaram, em particular, as áreas de Graivoron e Chebekino.
A Rússia impôs um regime de segurança apertado nas regiões de Kursk, Bryansk e Belgorod, enquanto a sua aliada Bielorrússia disse que estava a reforçar o número de tropas na sua fronteira, depois de Minsk ter dito que a Ucrânia tinha violado o seu espaço aéreo com drones.
Autoridades russas dizem que os ataques da Ucrânia ao território soberano russo têm como objetivo mostrar aos seus apoiantes ocidentais que Kiev ainda pode reunir grandes operações militares enquanto tenta ganhar uma moeda de troca antes de possíveis negociações de cessar-fogo.
Como escreve a Reuters, o ataque ucraniano levou algumas pessoas em Moscovo a questionar por que razão a Ucrânia conseguiu penetrar tão facilmente na região de Kursk, após mais de dois anos da mais intensa guerra terrestre na Europa desde a Segunda Guerra Mundial.
Os bloggers de guerra russos disseram que as forças ucranianas em Kursk estavam a tentar cercar Sudzha, onde o gás natural russo flui para a Ucrânia, enquanto grandes batalhas estavam em curso perto de Korenevo, a cerca de 22 quilómetros da fronteira.
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