Em Berlim, a manifestação aos pés da Coluna da Vitória reuniu cerca de 30 mil manifestantes, segundo a aliança de cidadãos Campact, uma das organizadoras, juntamente com associações da sociedade civil, antirracistas e ambientalistas, refere a agência France-Presse (AFP).

“A Alemanha é diversa”, “Parem o ódio”, “Abaixo o racismo”, exibiam os cartazes dos manifestantes.

Brandindo letras amarelas e as estrelas da bandeira europeia, os manifestantes formaram o ‘slogan’ “Vai votar” sobre a multidão, observaram os jornalistas da AFP.

“Não há melhor forma de defender a democracia do que ir votar amanhã [domingo]”, desafiou Tareq Alaows, da associação de defesa dos direitos dos refugiados ProAsyl.

Vários milhares de pessoas responderam também ao apelo para se manifestarem contra a extrema-direita em Estugarda, Leipzig, Dresden, Munique e Frankfurt.

Apesar dos escândalos que mancharam a sua campanha para as eleições europeias, o partido de extrema-direita AfD (Alternativa para a Alemanha) espera alcançar no domingo o seu melhor resultado nestas eleições.

Em 2019, a sua lista obteve quase 11% dos votos. Segundo as últimas sondagens, o partido anti-imigração, que critica a União Europeia, tem 15% de intenção de voto, empatado em segundo lugar com o Partido Social-Democrata do chanceler Olaf Scholz e os Verdes, aliados na coligação governamental.

Nos últimos meses, o AfD tem sido afetado por uma série de escândalos que atrasaram o seu progresso.

O seu cabeça de lista às Europeias foi obrigado a afastar-se rapidamente, depois de um dos seus colaboradores ter sido implicado numa investigação sobre espionagem a favor da China.

No início deste ano, um órgão de comunicação social de investigação revelou que membros do partido tinham participado numa reunião de identitários, na qual foi discutido um plano de expulsão massiva da Alemanha de estrangeiros ou pessoas de origem estrangeira.

Estas revelações chocaram o país e levaram a enormes manifestações contra a extrema-direita durante várias semanas.