“Houve de facto uma questão técnica que está, neste momento, a ser avaliada. Há uma equipa técnica da Marinha que está a fazer a avaliação e vamos aguardar por essa avaliação para nos podermos pronunciar”, disse Helena Carreiras, em declarações à agência Lusa à margem da cerimónia de entrega do Prémio Defesa Nacional e Igualdade.
O navio da Marinha portuguesa ‘Mondego’, recentemente envolvido numa polémica por 13 militares terem recusado cumprir uma missão, teve hoje de abortar uma tarefa de rendição dos agentes da Polícia Marítima e de elementos do Instituto das Florestas e Conservação da Natureza nas Ilhas Selvagens, na Madeira, por motivos de “ordem técnica”.
Questionada pela Lusa sobre a atual situação dos navios da Marinha, com informações recentes na comunicação social a dar conta de avarias e inoperacionalidades que poderão indicar um colapso, a ministra reconheceu a necessidade de maior aposta na manutenção, mas negou qualquer colapso.
“Não estão a entrar em colapso e a prova disso é que as missões da Marinha estão a ser cumpridas e com enorme sucesso”, disse, apontando as missões a nível nacional em operações de vigilância, fiscalização e busca e salvamento, e no plano internacional nas missões no quadro da União Europeia e da NATO.
Helena Carreiras adiantou que a aposta na manutenção dos meios militares é uma prioridade do Governo, destacando que a lei de programação militar, que já deu entrada na Assembleia da República, inclui uma duplicação das verbas atualmente existentes para essa área.
“Estamos a trabalhar ativamente para que as verbas sejam bem utilizadas em prol da modernização e sustentação dos nossos meios. É portanto essa ação que esta a ser tomada e é essa competência que tenho de cuidar para que os nossos meios militares possam ser postos ao serviço das variadas missões das forças armadas em toda a segurança”, frisou.
Segundo um comunicado do Comando da Marinha da Zona Marítima da Madeira, o navio ‘Mondego’ “será objeto, ainda hoje, de uma inspeção técnica por parte de peritos da Direção de Navios, que se deslocarão à ilha da Madeira”.
Também à margem da cerimónia de entrega do prémio Defesa Nacional e Igualdade, a agência Lusa tentou questionar o Chefe de Estado-Maior da Armada sobre a situação do NRP ‘Mondego’, mas Gouveia e Melo recusou-se a prestar declarações.
No passado dia 11 de março, o NRP ‘Mondego’ falhou uma missão de acompanhamento de um navio russo a norte da ilha de Porto Santo, no arquipélago da Madeira, após 13 militares se terem recusado a embarcar, alegando razões de segurança.
A Marinha participou o sucedido à Polícia Judiciária Militar (PJM), em Lisboa, no âmbito de inquérito criminal, tendo também instaurado processos disciplinares.
Segundo a defesa dos militares, o Ministério Público suspendeu a audição dos militares que estava agendada para analisar o processo com mais detalhe.
Em causa estarão infrações ao código da Justiça Militar por “insubordinação por desobediência” e “insubordinação por prisão ilegal ou rigor ilegítimo”.
Entre as várias limitações técnicas invocadas pelos militares para se recusarem a embarcar constava o facto de um motor e um gerador de energia elétrica estarem inoperacionais, entre outras alegadas deficiências do navio.
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