Netanyahu tentou repetidamente adiar o seu depoimento em tribunal, onde enfrenta acusações de suborno, fraude e abuso de confiança pública em três casos distintos.
O primeiro-ministro israelita respondeu às perguntas do tribunal, que indagou o quanto as acusações o incomodavam. "Se eu disser que é [como] uma gota no mar, seria um exagero", respondeu. "Estou ocupado com assuntos de importância mundial", continuou.
Netanyahu afirmou na segunda-feira que esperava há anos pelo julgamento, "para demolir por completo as absurdas e infundadas acusações" contra ele.
Apoiantes e críticos do primeiro-ministro concentraram-se em frente ao tribunal. "Netanyahu, o povo apoia-te", gritaram alguns. Outros, por sua vez, entoavam "Bibi à prisão", em referência ao seu apelido.
O julgamento começou em maio de 2020, mas foi interrompido pela guerra em Gaza, que começou após o ataque do Hamas a 7 de outubro de 2023.
Por razões de segurança, o julgamento foi transferido de Jerusalém para Tel Aviv.
O primeiro-ministro havia apresentado vários pedidos de adiamento do processo devido às guerras em Gaza e no Líbano.
No primeiro dos casos julgados pelo tribunal, Netanyahu e a sua mulher Sara são acusados de aceitar mais de 260 mil dólares (247 mil euros) em artigos de luxo, como cigarros, joias e champanhe, de bilionários em troca de favores políticos.
As outras duas envolvem as supostas tentativas de Netanyahu de negociar uma cobertura mais favorável em dois meios de comunicação israelitas em troca de enfraquecer a concorrência e favorecer uma operação comercial do proprietário do grupo, respetivamente.
Desde o seu regresso ao poder no final de 2022, a coaligação de governo de Netanyahu entrou em conflito com a Justiça e as forças de segurança, o que provocou grandes manifestações quando o primeiro-ministro tentou aprovar novas leis que enfraqueceriam os tribunais.
Os críticos de Netanyahu acusam-no de ser um político corrupto que faria qualquer coisa para permanecer no poder e acreditam que os processos serão levados adiante.
Na segunda-feira, vários ministros do governo de Netanyahu enviaram uma carta ao procurador-geral a pedir o adiamento do julgamento devido aos acontecimentos recentes na Síria após a queda da dinastia Assad.
Mas a Procuradoria rejeitou os pedidos, alegando que é de interesse público concluir o julgamento o mais rápido possível. Porém, aceitou reduzir as audiências de três para duas por semana devido ao trabalho do primeiro-ministro.
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