A decisão foi comunicada ao Governo dos Países Baixos através de uma nota diplomática assinada pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Denis Moncada.
Segundo Manágua, os Países Baixos “ofenderam e continuam a ofender as famílias nicaraguenses com ameaças e suspensões de obras para o bem comum, tais como hospitais para as comunidades indígenas e afrodescendentes”.
“Repudiamos e condenamos as ofensas e crimes desta Europa colonialista e neocolonialista contra países cobiçados e atacados como o nosso”, disse o ministério na nota diplomática, citada pela agência espanhola EFE.
A decisão já tinha sido antecipada pelo Presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, na quinta-feira, quando relatou um encontro entre Moncada e a embaixadora dos Países Baixos em Manágua, Marie-Chrístine Pirenne.
Ortega recordou que os Países Baixos suspenderam a construção de um hospital no país em 2018, e acusou a diplomata de “falar aos nicaraguenses como se a Nicarágua fosse uma colónia holandesa”.
“Quem aqui vier para desrespeitar o nosso povo, a nossa pátria, nunca mais deverá aparecer na Nicarágua, e nós não queremos relações com esse Governo intervencionista”, disse Ortega.
O Governo dos Países Baixos suspendeu a cooperação para a construção do hospital devido a “graves violações dos direitos humanos cometidas por funcionários governamentais e grupos para-policiais” durante manifestações antigovernamentais.
A Nicarágua tem atravessado uma crise política e social desde abril de 2018, que se acentuou após as controversas eleições gerais de 07 de novembro.
Nessas eleições, Ortega, 76 anos, foi reeleito para um quinto mandato, o quarto consecutivo e o segundo com a sua esposa, Rosario Murillo, como vice-presidente, com os seus principais opositores na prisão.
Ortega, no poder há 15 anos, tem sido acusado pelos opositores de autoritarismo e fraude eleitoral.
A Nicarágua esteve sob domínio espanhol desde o século XVI até 1821, quando se tornou um Estado independente
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