“Acho que é um passo no sentido objetivamente errado. Nós vamos substituir o SEF, que é um órgão de polícia, com todas as competências de um órgão de polícia, por uma agência de asilo e migrações: é um mau sinal que damos à sociedade”, declarou André Ventura.
O líder do Chega falava em declarações aos jornalistas à saída da sede da Carris, em Oeiras, numa altura em que os trabalhadores da empresa iniciaram, na segunda-feira, um período de greve parcial que termina esta sexta-feira.
Para André Ventura, há atualmente “um consenso muito grande na sociedade portuguesa de que o SEF está a ser mal desmantelado e mal extinto, e portanto esta decisão do Conselho de Ministro, ainda por cima em cima do ataque ao Centro Ismaelita [em que a PJ afastou qualquer indício de terrorismo], vai no sentido completamente diferente daquele que devia ir”.
“Nós devíamos estar a reforçar o SEF, a reforçar as competências do SEF e, sem nenhum problema, criar, se fosse necessário, uma outra qualquer entidade especificamente para o acolhimento de migrantes ou refugiados. O desmantelamento do SEF soa a punição”, disse.
Ventura acrescentou ainda que o fim do SEF é “um desbaratar as condições de segurança” que o país irá “pagar muito caro”.
“Esperava que o Conselho de Ministros adiasse novamente o diploma, porque acho que as condições assim exigiriam para uma análise mais atenta e ponderosa. Assim não foi feito, acho que vamos pagar um preço muito elevado por isso, é uma decisão errada e que vai no sentido errado”, disse.
O Conselho de Ministros aprovou hoje a criação da APMA, que irá substituir o SEF depois de extinto, bem como o Alto-Comissariado para as Migrações.
Na reunião do Conselho de Ministros foi também aprovado o decreto-lei que irá regular o regime de transição dos trabalhadores do SEF.
De acordo com a ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva, o regime procura salvaguardar os direitos dos trabalhadores daquele serviço de segurança extinto e acautelar “as transições de carreiras e reposicionamentos remuneratórios.
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