O programa, considerado inovador no país, procura “responder à necessidade de reabilitar e aumentar a mobilidade e autonomia das pessoas”, promovendo a saúde e prevenindo o risco de doenças, explicou à agência Lusa António Martins, diretor do Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) Oeste Sul, ao qual pertencem os centros de saúde do Cadaval, Lourinhã, Mafra, Sobral de Monte Agraço e Torres Vedras.
A primeira Academia da Mobilidade arrancou em 2017 na Lourinhã, estendendo-se depois ao Sobral de Monte Agraço.
No Cadaval e Torres Vedras, os respetivos municípios e centros de saúde estabeleceram parcerias nesse sentido nas últimas semanas, juntando-se Mafra, onde o protocolo é assinado na segunda-feira. As três academias começam a funcionar em pleno em janeiro.
“A prática do exercício físico ou atividade física regular é fundamental para prevenir doenças que são fatais, como as doenças cardiovasculares, diabetes, o excesso de peso e até mesmo o sedentarismo”, frisou o ACES Oeste Sul.
Dados do Instituto Ricardo Jorge indicam que 38,9% da população tem excesso de peso e 28,7% é obesa. Portugal tem também um elevado consumo de antidepressivos.
Só em Torres Vedras, por exemplo, dos 91.694 utentes inscritos no centro de saúde, seis mil são diabéticos e mais de seis mil são hipertensos.
O programa destina-se a utentes destes centros de saúde que possuam grau de dependência ligeira a moderada ou patologias cardiovasculares, respiratórias, metabólicas, osteoarticulares, neurológicas, depressão ou excesso de peso e que sejam referenciados pelo médico de família.
Duas centenas e meia de pessoas já aderiram ao programa, que tem como objetivos incentivar o exercício físico, aumentar a mobilidade e combater o sedentarismo e as doenças.
“Na Lourinhã e no Sobral de Monte Agraço, é notória a diminuição dos valores tensionais e das glicemias” em resultado do aumento da mobilidade dos aderentes, adiantou António Martins.
“As academias não são propriamente ginásios”, advertiu, contudo, o responsável, esclarecendo que a frequência da academia decorre apenas durante seis meses, como primeiro incentivo para os cidadãos começarem a praticar desporto de forma autónoma.
Cada academia tem três sessões semanais, entre 30 e 60 minutos de duração, cada uma com capacidade para 15 a 20 participantes, acompanhados por técnicos.
Nos cinco concelhos, o programa envolve seis fisiologistas do desporto, sete enfermeiros de reabilitação e duas fisioterapeutas.
Além do exercício físico, as academias incentivam os participantes a adotarem a dieta mediterrânica, mais saudável.
As câmaras municipais e os centros de saúde destes concelhos dividem entre si as despesas de contratação dos técnicos e dos seguros de todos os participantes.
Em Torres Vedras, onde o programa vai chegar a mais de uma centena de pessoas por cada semestre, além da cidade, estão a ser implementadas academias nas freguesias de Runa, Ventosa e Ramalhal.
O ACES Oeste Sul pretende, no futuro, alargar o programa a crianças e jovens com problemas de excesso de peso, já que, apesar de estar a decrescer, a obesidade infantil afeta 11,7% das crianças em todo o país.
O ACES Oeste Sul possui 223.534 utentes, espalhados pelos cinco centros de saúde.
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