Em declarações aos jornalistas, João Araújo disse sentir “grande conforto, porque foi cumprida a lei” e admitiu que “não gostaria que o juiz escolhido fosse Carlos Alexandre cuja parcialidade me parece evidente”, disse o advogado do ex-primeiro ministro.
Por sua vez, Paula Lourenço, advogada de Carlos Santos Silva, empresário e amigo de José Sócrates, declarou aos jornalistas que ficou satisfeita com o nome ditado pelo sorteio.
“Fico satisfeita por não ser o mesmo juiz que fez o acompanhamento de toda a fase de inquérito”, afirmou Paula Lourenço.
A advogada sustentou a existência de algumas irregularidades praticadas pelo juiz Carlos Alexandre na fase de inquérito e que suscitou no Requerimento de Abertura de Instrução.
Rui Patrício, que defende o empresário luso-angolano Helder Bataglia, disse, por sua vez, ter “respeito pelo trabalho dos senhores magistrados em geral e do senhor magistrado em causa em particular, tendo testemunhado ao longo dos anos a sua isenção, saber e empenho”.
Ivo Rosa vai ser o juiz de instrução do processo Operação Marquês, no qual está acusado o antigo primeiro-ministro José Sócrates, ditou hoje o sorteio realizado no Tribunal Central de Instrução Criminal, em Lisboa.
O sorteio informático deste megaprocesso, em que estão acusados nomes conhecidos da política, da banca e da PT, realizou-se cerca das 16:00 no Tribunal Central de Instrução Criminal (TCIC) e resumiu-se à escolha entre Carlos Alexandre e Ivo Rosa, os dois únicos juízes do TCIC.
A fase inicial de inquérito da Operação Marquês foi dirigida pelo Ministério Público, mas contou com decisões e intervenções de Carlos Alexandre, motivo que levou alguns dos advogados de defesa a pedir o afastamento deste juiz da fase seguinte, a instrução do processo.
A abertura da instrução, fase processual com caráter facultativo, foi pedida pela maioria dos advogados do processo.
O inquérito da Operação Marquês culminou na acusação a um total de 28 arguidos - 19 pessoas e nove empresas — e está relacionado com a prática de quase duas centenas de crimes de natureza económico-financeira.
José Sócrates, que chegou a estar preso preventivamente durante dez meses e depois em prisão domiciliária, está acusado de três crimes de corrupção passiva de titular de cargo político, 16 de branqueamento de capitais, nove de falsificação de documentos e três de fraude fiscal qualificada.
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