"O CEO do Grupo Lena reitera que não praticou qualquer ato, seja a título pessoal ou na qualidade de CEO do Grupo Lena, que possa ser considerado crime ou sequer censurável, considerando que esta evolução do processo se justifica apenas tendo em conta as teorias da investigação, as quais não lhe parecem corresponder, seguramente no que a si diz respeito, à verdade dos factos", refere um comunicado da Comissão Executiva do Grupo Lena.
A nota adianta que Joaquim Paulo da Conceição prestou todos os esclarecimentos que lhe foram solicitados nas três vezes que foi ouvido no inquérito "Operação Marquês", mesmo depois de ter sido constituído arguido, "qualidade em que foi pela primeira vez ouvido na semana passada".
Com os depoimentos prestados por Joaquim Paulo da Conceição, o grupo Lena entende que a investigação está "na posse dos elementos que necessita para apurar a veracidade dos factos, observando que a prova da defesa será feita na altura própria.
"O CEO do Grupo Lena, assim como a Comissão Executiva que lidera, continuarão a defender a justiça e a busca da verdade, a colaborar com a justiça e a fornecer todas as informações necessárias ao adequado andamento do processo", diz o comunicado.
O Grupo Lena considera que, apesar das dificuldades crescentes, continuará a utilizar todos os meios ao seu alcance para reparar no que for possível a sua reputação, a qual tem sido "injustificada, cruel e despudoradamente lançada na lama, a troco de nada, num processo para o qual se sente arrastado circunstancialmente sem nada ter feito para tal".
Acrescenta que tudo isto colocou em causa a sobrevivência do grupo Lena e a manutenção dos mais de 10 mil postos de trabalho que, direta ou indiretamente, assegura nas várias geografias em que atua.
O grupo Lena apela aos seus vários `stakeholders´ - desde logo os milhares de colaboradores, mas também os clientes, fornecedores e banca - para continuarem a apoiar o grupo na "superação destas dificuldades".
O grupo Lena garante, por último, "não esmorecerá até o processo ter fim, com o apuramento da verdade, que não poderá deixar de ilibar total e completamente o grupo e os seus gestores".
O administrador do Grupo Lena, Joaquim da Conceição, e a própria empresa Lena SGPS foram constituídos arguidos na ‘Operação Marquês’, segundo disse na terça-feira à agência Lusa a Procuradoria-Geral da República.
A ‘Operação Marquês’, cujo principal arguido é o ex-primeiro-ministro José Sócrates conta agora com 25 arguidos – 19 pessoas e seis empresas, quatro das quais do Grupo Lena – estando a decisão do Ministério Público de acusar ou arquivar o processo marcada para o dia 17.
Entre os arguidos estão o ex-administrador da CGD e antigo ministro socialista Armando Vara, Carlos Santos Silva, empresário e amigo do ex-primeiro-ministro, Joaquim Barroca, empresário do grupo Lena, João Perna, antigo motorista do ex-líder do PS, Paulo Lalanda de Castro, do grupo Octapharma, Henrique Granadeiro e Zeinal Bava, ex-administradores da PT, o advogado Gonçalo Trindade Ferreira e os empresários Diogo Gaspar Ferreira e Rui Mão de Ferro e o empresário luso-angolano Hélder Bataglia.
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