As ruas em Westminster e em redor do Palácio de Buckingham já começaram a ser fechadas ao trânsito com barreiras para conter a multidão, que a polícia conta que chegue aos “milhões”.
Carlos III, de 74 anos, vai ser coroado no sábado, apesar de já ter sido proclamado oficialmente em 10 de setembro de 2022, dois dias depois da morte da mãe Isabel II aos 96 anos e após 70 anos de reinado.
A cerimónia religiosa na Abadia de Westminster envolve uma série de rituais, incluindo a unção com um azeite especial e o juramento, a troca de objetos como a espada, orbe e cetro reais e, finalmente, a coroação com a coroa de São Eduardo [St Edward].
A rainha consorte, Camila, também será coroada, seguindo-se uma procissão numa carruagem puxada a cavalos até Palácio de Buckingham, onde a família real fará uma aparição na varanda que concluirá as celebrações públicas.
Os festejos vão prolongar-se durante mais dois dias, incluindo festas de rua por todo o país e um concerto musical no Castelo de Windsor no domingo e um feriado nacional na segunda-feira, durante o qual o Rei instou os britânicos a fazer voluntariado.
“Queremos garantir um espaço seguro e protegido"
Centenas de britânicos anti-monarquia anunciaram já que vão manifestar-se durante as celebrações da coroação do Rei Carlos III , mas de uma forma discreta e sem perturbar o evento, segundo garantiu o diretor da organização Republic, Graham Smith. “Não vamos atirar nada, para além das nossas vozes, e não vamos perturbar nada para além da campanha de comunicação deles”.
A Polícia Metropolitana de Londres avisou esta quarta-feira, 3 de maio, que terá um “nível de tolerância baixo” na capital britânica com manifestantes que tentem perturbar a coroação do Rei Carlos III no sábado, prometendo uma “resposta rápida”.
“Queremos garantir um espaço seguro e protegido para que as pessoas possam aproveitar”, disse o vice-comissário adjunto da Polícia Metropolitana de Londres, Ade Adelekan, numa conferência de imprensa, alertando que “os agentes vão ter um nível de tolerância baixo com algo ou alguém tente interferir de alguma forma” com a cerimónia.
Segundo Adelekan, “quem quiser interferir, obstruir ou interagir com o decorrer da coroação vai ter uma resposta rápida da polícia”.
Adelekan confirmou que entrou hoje em vigor legislação que dá poderes adicionais à polícia para prender pessoas que durante o cortejo se tentem acorrentar entre si ou a objetos, para tentar obstruir a passagem da carruagem que vai transportar o Rei e a rainha consorte, Camila.
A imprensa britânica noticiou esta semana que alguns grupos, nomeadamente anti-monárquicos que pretendem fazer um protesto ao longo do desfile do rei, receberam cartas do Ministério do Interior alertando para a nova legislação, destinada a evitar a perturbação de grandes eventos.
As novas medidas surgem na sequência de vários protestos com grande impacto nas últimas semanas, nomeadamente de defensores dos direitos dos animais durante a corrida de cavalos Grand National e do grupo ambientalista Just Stop Oil no Campeonato Mundial de Snooker.
Ao todo, foram mobilizados para a Operação Orbe Dourada 29.000 agentes, dos quais cerca de 11.500 no sábado, alguns dos quais de forças policiais de fora da capital britânica.
Além de agentes para manter a ordem, haverá entre as multidões polícias treinados na deteção de comportamento invulgar e polícias armados, o que não é normal nas ruas de Londres.
Adelekan disse ainda que está a ser ponderado o uso de tecnologia de reconhecimento facial, mas que ainda não foi tomada uma decisão final.
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