Ortega irá concorrer juntamente com a sua mulher, a atual vice-presidente, Rosario Murillo, e visa manter a parceria durante mais cinco anos, apesar de estar prestes a completar 76 anos.
A poucos dias das eleições, marcadas para 07 de novembro, o atual Presidente afastou por completo oposição e adversários, eliminando partidos, mandando deter sete candidatos rivais e anulando a observação internacional independente.
Cristiana Chamorro, a candidata à presidência da Nicarágua com maior probabilidade de derrotar o atual Presidente, foi a primeira a ser detida, acusada de “traição à pátria” e alegada lavagem de dinheiro, e está em prisão domiciliária desde junho.
Também excluídos da corrida eleitoral foram Arturo Cruz, ex-embaixador da Nicarágua nos Estados Unidos, preso ao regressar de uma viagem a Washington; Félix Maradiaga, ativista político e antigo secretário-geral do Ministério da Defesa (até 2006); o economista Juan Sebastián Chamorro; o jornalista Miguel Mora; o líder do movimento camponês Medardo Mairena e o veterano político conservador Noel Vidaurre.
Por outro lado, a partir de hoje à tarde e até ao final da próxima semana, passa a ser proibido na Nicarágua o porte de armas, o transporte de substâncias químicas e o comércio de bebidas alcoólicas.
Segundo anunciou a polícia nacional, só os agentes desta força, do exército e do sistema penitenciário estão autorizados — “no exercício das suas funções” e até 12 de novembro — a andar armados.
As autoridades também proibiram a “transferência, transporte, distribuição e manipulação de substâncias químicas, tóxicas e explosivas de natureza industrial ou artesanal”, exceto quando se tratar de transferências de combustíveis e gás liquefeito entre empresas.
Durante este período, também será proibida a comercialização de bebidas alcoólicas em supermercados, mercearias, bares, lojas de conveniência, drogarias, casas de espetáculos, restaurantes e similares, bem como em vias públicas, avisou a polícia, acrescentando que os centros de informática nacionais e municipais terão “perímetros de segurança”.
Tanto a oposição nicaraguense, como a Organização dos Estados Americanos e mesmo a União Europeia, já expressaram dúvidas sobre a legitimidade das eleições no país centro-americano e grande parte da comunidade internacional tem avisado que considera esta eleição como uma fraude.
Este domingo, cerca de 4,4 milhões de nicaraguenses são chamados às urnas para eleger o Presidente e vice-presidente, 90 deputados da Assembleia Nacional e 20 do Parlamento Centro-Americano.
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