“Queremos garantir que os mais de 18 milhões de euros que todos os anos são utilizados para financiar esta atividade [as touradas] são canalizados para o SNS Animal”, defendeu.

Inês Sousa Real reuniu-se ao final da tarde com a Figueira Sem Tourada, na Figueira da Foz, distrito de Coimbra, para entender a situação atual das atividades tauromáquicas na cidade.

À entrada para a reunião, a porta-voz do PAN sublinhou à agência Lusa a necessidade de se ter um serviço público que apoie as famílias que têm animais de companhia e criticou a decisão do Governo de ter baixado o IVA dos bilhetes para as touradas, “desrespeitando até outras áreas, essas efetivamente culturais que não têm tido apoios”.

“Queremos garantir que há a baixa do IVA também na saúde e na alimentação animal, ao invés do IVA das touradas. São prioridades completamente trocadas”, sustentou.

Inês Sousa Real frisou que o PAN tem vindo a propor que se acabe com o financiamento público das touradas e que se promova a reconversão da atividade.

“O Estado diz-nos que é difícil termos um SNS Animal ou que é difícil termos uma rede pública tal como o PAN tem vindo a propor no Orçamento do Estado, deixando esta medida na gaveta. Mas, existem os meios para a concretizar: acabe-se com os 18 milhões de euros das touradas”, argumentou.

De acordo com Inês Sousa Real, o investimento no SNS Animal pode vir a custar entre 120 milhões a 200 milhões de euros por ano, mas este valor pode baixar significativamente se se utilizar a rede de faculdades de medicina veterinária públicas e privadas já existentes.

“Falta-nos apenas a vontade política que os grandes partidos que têm estado no Governo não têm tido, mas é por isso que o PAN é um contraponto tão importante no Parlamento, precisamente para levar estas questões sociais tão prementes à Assembleia da República”, alegou.

Para além da reunião com a Figueira sem Tourada, a porta-voz do PAN reuniu-se ainda com a Frente Animal para falar sobre a investigação na empresa Lusiaves e ainda com o presidente da Junta de Freguesia de Vila Verde, para fazer um acompanhamento da situação relativamente à fábrica de biocombustíveis Bioadvance.

Já antes, Inês Sousa Real tinha participado numa mobilização organizada pela Milvoz contra o abate de 40 mil carvalhos em São Fipo e a construção de uma central fotovoltaica em Ega, no concelho de Condeixa-a-Nova.