O Vaticano publicou hoje a carta que o Papa enviou aos bispos escoceses por ocasião da 26.ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP26), na qual lamenta não ter podido participar como estava previsto.
O Papa afirmou que a COP26, que tem encerramento marcado para sexta-feira, mas poderá prolongar-se face a dificuldades em alcançar consenso sobre as medidas a inscrever no documento final, está “destinada a abordar uma das grandes questões morais” da atualidade: “A preservação da criação de Deus”.
“Imploramos os dons da sabedoria e da força de Deus aos encarregados de guiar a comunidade internacional para que enfrentem este grave desafio com decisões concretas inspiradas na responsabilidade para com as gerações presentes e futuras”, escreveu Francisco.
Para o Papa, “o tempo acaba-se” e esta oportunidade não deve desperdiçar-se.
O acordo definitivo deverá firmar-se na sexta-feira, mas o que aconteceu em cimeiras anteriores faz temer que o prazo possa ser amplamente superado e retardar-se inclusive até domingo, como tem sido recorrente em cimeiras anteriores.
Durante os dias da COP26, que começou em 31 de outubro, foram vários os apelos que Francisco fez sobre a crise climática. Num deles, pediu para os jovens serem ouvidos.
A COP26 decorre seis anos após o Acordo de Paris, que estabeleceu como meta limitar o aumento da temperatura média global do planeta entre 1,5 e 2 graus celsius acima dos valores da época pré-industrial.
Apesar dos compromissos assumidos, as concentrações de gases com efeito de estufa atingiram níveis recorde em 2020, mesmo com a desaceleração económica provocada pela pandemia de covid-19, segundo a ONU, que estima que ao atual ritmo de emissões, as temperaturas serão no final do século superiores em 2,7 ºC.
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