Nascido em Buenos Aires (Argentina) há 55 anos, o padre Gabriel está no Médio Oriente há 29 anos, integrando a congregação missionária católica do Instituto do Verbo Encarnado, que integra desde 1988. Esteve primeiro no Egipto, onde estudou a língua árabe e o islão, “para saber o que pensam os muçulmanos”, bem como o vocabulário católico daquela região do mundo. Viveu depois na Jordânia e mais 14 anos em Beith Jala (cidade junto a Belém, na Cisjordânia), a partir de onde desempenhava missões tanto na Palestina como em Israel. Foi superior provincial da sua congregação para o Médio Oriente e África (Tanzânia, Egipto, Tunísia. Vive há cinco anos em Gaza, com outro colega, o padre Youssef, egípcio, da sua congregação.
Em Gaza falta tudo, mesmo se as comunidades cristãs – 700 pessoas neste momento – ainda descobrem formas de ajudar quem mais precisa, sendo pequenos oásis por entre os escombros. O apoio a 500 refugiados, incluindo quase 200 crianças, está entre as prioridades. Nesta entrevista ao 7MARGENS, o padre Gabriel fala ainda do quotidiano das pessoas naquele acampamento e dos telefonemas diários do Papa Francisco.
Padre Gabriel, o que se passa neste momento?
É uma situação muito difícil. Graças a Deus, estamos bem aqui, mas a situação na Faixa de Gaza é terrível, há perigo em toda a Faixa de Gaza e estamos todos cansados, estamos todos sobrecarregados.
Falamos de uma paróquia para toda a Faixa de Gaza?
Sim, a paróquia católica é a única. Há também uma paróquia greco-ortodoxa.
Quantas pessoas há nesta paróquia em Gaza?
Até 6 de outubro de 2023, no meio dos 2.300.000 habitantes que Gaza tinha, que Gaza tem, todos os cristãos eram 1017 pessoas. Entre eles, havia apenas 135 católicos, contando leigos e religiosos.
Quer dizer que já não há 135?
Não. Agora todos os cristãos de Gaza serão cerca de 700. No início da guerra, quando a fronteira ainda estava aberta, daqueles que tinham passaportes duplos ou vistos, alguns emigraram ou foram para fora esperar o fim da guerra. Na Faixa de Gaza, todos os cristãos são cerca de 700 pessoas e, dos 135 católicos, restam cerca de 90 pessoas.
Este ano, 46 cristãos foram mortos, dos quais 20 pelo exército israelita, principalmente num bombardeamento da igreja ortodoxa grega em Outubro, e outros 26 por falta de cuidados médicos. Duas mulheres católicas, mãe e filha, foram mortas em Dezembro de 2023 por um atirador das IDF aqui, no interior da igreja católica.
Entre os católicos que partiram, alguns estão à espera de ver o que acontece…?
Alguns estão à procura de sorte noutros países. Por exemplo, há três famílias que foram para a Austrália. Outros, que tinham vistos ou passaportes duplos, estão no Egito a ver o que acontece antes de regressarem…
Há semanas falou-se muito de Beirute, agora fala-se da Síria. A guerra em Gaza acabou?
Não, infelizmente, a guerra continua e, embora se fale de tréguas, as pessoas estão muito cansadas, porque ouvem, por um lado, que há tréguas – Deus queira – mas, por outro, continua a haver bombardeamentos a toda a hora, muitos mortos todos os dias em toda a Faixa de Gaza, no Norte e no Sul, e as fronteiras continuam fechadas.
A cada dia que passa, o número de mortos e feridos aumenta: mais de 45 mil mortos, dos quais 17.500 crianças, e 107 mil feridos, muitos deles graves, que teriam de ser tratados no estrangeiro. Ainda há cerca de 400 mil pessoas na cidade de Gaza e, graças a Deus, conseguiram retirar algumas centenas de feridos recentemente, mas a maioria da população não entra nem sai. Para além das necessidades que há de todo o tipo…
Pelas imagens que vemos todos os dias na televisão, Gaza está praticamente destruída… O que é que as pessoas fazem na sua vida quotidiana, como é que sobrevivem?
Gaza está esmagada, as pessoas aqui estão a sofrer muito. Esta não é a primeira guerra, mas é certamente a pior.
No complexo paroquial temos cerca de 500 refugiados. Tentamos tornar a vida o mais ordenada possível. No aspecto espiritual, todos os dias temos uma hora de adoração silenciosa diante do Santíssimo Sacramento. Fazemos as laudes com o povo e os religiosos em árabe (todas as nossas orações são em árabe, porque é a língua maioritária dos cristãos do Médio Oriente). E temos também a missa comunitária e o terço diante do Santíssimo Sacramento, rezando pela paz todos os dias. E rezamos as vésperas e completas.
Por outras palavras, rezamos muito. Visitamos os doentes que temos aqui, os que não podem vir à igreja, damos-lhes a comunhão. Temos aqui cerca de 40 idosos doentes.
Limitam-se à vida litúrgica?
Começámos a dar aulas às crianças refugiadas. A nossa escola tornou-se um abrigo. Temos 500 pessoas a dormir aqui a toda a hora. As salas de aula tornaram-se as casas das pessoas. Na escola que criámos, damos aulas aos refugiados, cerca de 180 crianças e adolescentes que estão dentro da igreja. Ensinamos-lhes as principais matérias: religião cristã, língua árabe, língua inglesa, matemática e ciências.
Para crianças de que idade?
Dos 4 anos aos 16, 17 anos. Ou seja, antes da universidade.
Como vivem numa igreja 500 pessoas? Sem comida, sem condições, sem casas de banho… Como é que se vive assim?
Desde o início, como já disse, tentámos organizar-nos para as emergências, porque em várias guerras recebemos sempre refugiados.
Por exemplo, tínhamos aumentado um pouco as casas de banho, comprámos colchões, tínhamos comida armazenada. Isso ajudou, para dizer a verdade, apenas durante a primeira semana. Porque eles vinham sempre: eu tinha pensado em 80 refugiados no máximo, e tivemos aqui 700 pessoas. Agora são 500.
Tudo o que podíamos comprar, comprávamos. E a diocese ajuda-nos e obteve algumas autorizações das autoridades israelitas para trazer comida. Quando chegam alimentos, distribuímos dentro da propriedade, ou seja, nesta igreja, também na igreja ortodoxa de San Porfirio (há lá 200 refugiados) e ajudamos as pessoas do bairro. Ajudamos muito, graças a Deus.
Apesar de todas as dificuldades.
É difícil conseguir as coisas. Não se consegue tudo, mas o que se consegue, compra-se, pede-se, distribui-se. Por exemplo, na semana passada, ajudámos cerca de nove mil famílias – a maior parte delas muçulmanas –, um número estimado de 50.000 pessoas, com alguns alimentos, sobretudo fruta e legumes. Foi graças ao grande esforço feito pelo patriarca de Jerusalém [cardeal Pierbattista Pizzaballa] e às autorizações que nos concederam. Ajudou todo o bairro e outros bairros muito pobres e necessitados.
São dois milhões e 300 mil pessoas em toda a Faixa de Gaza. Na cidade de Gaza, 400 mil pessoas. A maior parte deles são muçulmanos. Nesta parte do bairro, a Cidade Velha, Zeytun, ajudamos milhares de pessoas. O padre que fez a igreja da Sagrada Família terá descoberto uma nascente de água, um poço muito profundo, que se supõe ser uma pequena nascente. Por isso, fez uma grande cisterna e construiu a igreja em cima dela.
Quer dizer que têm água?
Graças a isso, durante toda a guerra, pudemos ter água e distribuir água. Não é uma água muito boa, precisa de ser filtrada. A água em Gaza está poluída há muitos anos, por causa da guerra, da pobreza, da destruição. Mas esta é uma água que, filtrada e um pouco salgada, pode ser utilizada.
Depois, há [o problema d]os medicamentos. No início comprávamos tudo, havia três farmácias cristãs. Mas os farmacêuticos vieram refugiar-se aqui e vieram com as mercadorias. Nós comprámos-lhes os produtos para ajudar. Temos um dispensário para os pobres. Numa parte da paróquia, numa sala, abrimos para o exterior, para a rua, e aí recebemos as pessoas.
Estamos a planear fazer algo maior, uma clínica. Mas é muito difícil, não se consegue arranjar todos os medicamentos. Como dizia há pouco, muitas pessoas morreram porque não conseguimos operá-las.
Isso significa que há poucos católicos, mas muito activos.
A Igreja em geral, a Igreja Católica em particular, antes desta guerra, era e continua a ser muito activa. Por exemplo, na Igreja Católica, tínhamos três escolas (agora estão fechadas). A escola do Rosário, com as irmãs do Rosário, fundada por uma santa palestiniana, Santa Maria Afonsina. As irmãs já se reformaram, estão em Jerusalém. Mas agora não podemos usar essa escola porque foi bombardeada pelo exército [israelita] e naquela zona há bombardeamentos a toda a hora.
Temos mais duas escolas. A escola paroquial é onde eu estou, na igreja da Sagrada Família. Agora está inactiva porque a estamos a utilizar para os refugiados. E a escola da Sagrada Família, outra estrutura noutro bairro, que também foi bombardeada pelo exército e é utilizada por centenas de refugiados, famílias daquele bairro.
Para além das três escolas, da Cáritas e da paróquia, tínhamos um centro de saúde num outro bairro, que agora não podemos utilizar. E dez clínicas móveis, que estão muito activas. Tínhamos também um centro de formação para jovens, São Tomás de Aquino, que agora está inactivo. Mas a Igreja era muito activa em tudo o que é apostólico, como ajudar os pobres e os necessitados em nome de Cristo.
Quantas crianças frequentavam as três escolas católicas?
Havia cerca de 2.250 alunos nas três escolas. Muitas famílias sempre quiseram mandar os seus filhos para as escolas dos seus pais. Porque não permitimos a política e, embora as escolas sejam católicas, respeitamos obviamente a filiação religiosa dos alunos. Mas não é permitido nenhum tipo de atividade que não seja escolar, educativa, formativa, etc.
Mas quando ocorreram os atentados de 7 de Outubro de 2023, o que é que a população cristã e os católicos disseram? Manifestaram-se contra o ataque do Hamas? Compreenderam-no de alguma forma?
Nenhum deles estava feliz e nenhum deles está feliz com esse ataque atroz de 7 de Outubro, nenhum deles.
Há algum tipo de reflexão entre os cristãos sobre qual a solução para esta crise interminável? Como fazer com que israelitas e palestinianos possam dialogar? Houve alguma coisa nas escolas que se aproximasse um pouco mais de uma reflexão social ou política?
Como católicos, sempre insistimos em que o ser humano tem um direito inalienável [à vida]. É por isso que também temos grupos, católicos e muçulmanos, em defesa da vida, contra o aborto, contra a eutanásia, contra o suicídio, contra os atentados suicidas, contra o assassínio. Falamos, pregamos e ensinamos sempre o direito inalienável de cada ser humano, independentemente da sua religião ou nação.
Falamos também do direito dos povos a existirem na sua terra; as pessoas aqui presentes são palestinianas, ou seja, nasceram aqui. Gaza faz parte da Palestina, tal como Jerusalém Oriental e a Cisjordânia, de acordo com o direito internacional. Os estudantes e as famílias que enviaram os seus alunos conheciam os princípios cristãos e os verdadeiros princípios humanos que utilizamos, sendo-lhes sempre dito que nunca devem justificar a violência e a injustiça, nunca.
Voltando às escolas: dessas 2250, quantas crianças frequentam agora as aulas que estão a ser dadas?
As escolas até agora estão fechadas, o que estamos a fazer agora é só para as crianças refugiadas na igreja, ou seja, as que são cristãs, porque aqui só há refugiados e são 180.
A igreja tornou-se um centro de refugiados, por isso não pode haver outras actividades, não podemos receber pessoas de fora como se fosse uma situação normal. As escolas continuam inactivas, a única coisa que temos são estas aulas de apoio extra para que as crianças não perdessem o ano lectivo de 2023-2024 – que conseguimos salvar, com muita dificuldade.
Como foi isso possível?
Demos cursos durante cinco meses, depois fizemos exames. Se Deus quiser, se esta guerra acabar, vamos abrir as escolas, mas, com todas as estruturas bombardeadas, provavelmente vamos começar com um número reduzido de 400 [alunos], porque há duas escolas que foram bombardeadas; uma delas está cheia de refugiados, a outra está numa zona de bombardeamento, e a nossa também está cheia de refugiados. Por isso, mesmo que a guerra acabe, não vamos poder começar as aulas normalmente. Porque, como disse, a cidade está destruída: todas as ruas, o sistema de esgotos, o sistema elétrico, a iluminação, tudo.
Conseguimos, há cerca de dez dias, iniciar o ano lectivo de 2024-25. Estamos também a dar aulas de apoio, com exames e tudo, com muitas dificuldades, porque infelizmente a guerra ainda continua.
Como podemos sair desta crise depois de décadas de guerra? Criando o segundo Estado prometido, tendo um Estado único para israelitas e palestinianos?…
Não sou político nem analista, mas sim padre, e parece-me que o senso comum indica que, em primeiro lugar, a paz é possível. Para que a paz seja possível numa base permanente, tem de se basear na justiça. Como disse o Papa João Paulo II, não há paz sem justiça, não há justiça sem reconciliação.
O que é urgente agora é acabar com as agressões. É urgente, é necessário para a Palestina, é necessário para Israel. É urgente que todos aqueles que estão ilegalmente privados da sua liberdade, prisioneiros e reféns, sejam libertados. Os pobres reféns continuam a sofrer e vários deles são dados como mortos, mas a maior parte deles está viva.
E o passo seguinte?
A ajuda: dois milhões e trezentas mil pessoas que estão privadas de tudo. É necessário permitir-lhes a entrada [de bens essenciais], porque há países que têm camiões parados há muito tempo e não os deixam entrar em Gaza.
Ao mais alto nível político, temos de defender a realidade de que tanto o povo palestiniano como o povo israelita têm o direito de existir. O povo palestiniano, contando com a Cisjordânia, Jerusalém Oriental e a Faixa de Gaza, é constituído por mais de cinco milhões e meio de pessoas. Há que encontrar uma solução para que possam viver na sua terra, com os seus direitos.
A solução dos dois Estados é talvez a mais louvável… Há outras soluções, não sei quantas mais, por isso é que não sou analista político. Uma das coisas é o reconhecimento do outro, e que se criem as condições para que essas pessoas possam efetivamente viver.
Mas será isso possível quando sabemos que Israel ou o Hamas e outros grupos defendem que o “inimigo” não tem o direito de existir? Como é que isso pode ser feito depois de uma guerra que, imagino, aumentou muito o ódio contra o outro?
Não sei, o que sei é que a primeira coisa a fazer é parar a agressão. Não pode continuar, não pode ser normal que todos os dias haja mais destruição de infra-estruturas, de edifícios, mais mortes, mais pessoas privadas da sua liberdade, que os reféns continuem a sofrer, que os doentes não possam ser curados. Porque é que os doentes não podem ser curados? Há 107 mil feridos desde o início da guerra aqui na Faixa de Gaza, muitos deles gravemente feridos e a precisar de ser operados. Porque é que não podem ser operados? A primeira coisa é que é absolutamente necessário que haja uma cessação das hostilidades, que isto acabe.
Não vai ser fácil depois da guerra. Mas é necessário que, tal como aconteceu na Europa após a Segunda Guerra Mundial, ou após outras guerras, haja um tempo para a reconstrução. Pois bem, também é tempo de reconstruir e de acalmar as águas, e a comunidade internacional tem muito que fazer. A via diplomática – não a via militar, a via das armas, mas a via da discussão, das negociações políticas, do reconhecimento – tem de chegar. Há muito que isso devia ter acontecido.
Há outra dificuldade: a União Europeia tem actualmente muito pouco poder, especialmente em relação a Israel. Os Estados Unidos, que poderiam pressionar Israel a um cessar-fogo, não o estão a fazer. Israel, o seu governo e Netanyahu, não estão minimamente interessados nisso. É todo um imbricado muito difícil de resolver, não é?
Sim, mas nesta altura, o que nós fazemos como padres, como religiosos ou leigos: pedimos, rezamos, fazemos rezar, espalhamos o bem, a verdade, tentamos ter muito cuidado com o que se diz, porque é preciso semear justiça, é preciso semear reconciliação, é preciso semear bom senso, e certamente os ânimos estão muito exacerbados em toda a região, mas é preciso parar. Mais um dia de guerra não vai resolver nada, vai criar mais males para toda a sociedade do Médio Oriente, em particular para a sociedade israelita e palestiniana.
O Papa telefona-lhe quase todos os dias, não é verdade?
Sim, sim, todos os dias, às oito da noite aqui, hora da Palestina.
O que é que tem para dizer ao Papa todos os dias? Há más notícias, sobretudo? O que é que lhe diz?
Boas notícias também. Ele telefona para mostrar a sua proximidade, para ver como estão as pessoas, para nos dar a sua bênção. Sabemos que ele reza e nos faz rezar muito, que trabalha pela paz, tudo o que a Santa Sé pode fazer, e ele na primeira pessoa.
Por vezes é uma comunicação muito breve, outras vezes é mais longa; por exemplo, às vezes vêm adolescentes ou jovens, cumprimentam-no; às vezes uma família traz-lhe uma criança para ser abençoada. Por vezes, há algo de especial que ele quer saber.
Fala por vídeo?
Por vídeo, sim.
E as pessoas cumprimentam-no e ouvem-no às vezes?
Sim, sim. Às vezes são poucas pessoas, outras vezes são mais. No início eram muitos mais, agora sabem o mesmo, e todos estão contentes, todos sabem o que significa a bênção do Santo Padre. E que ele telefona e está verdadeiramente preocupado com a situação, uma situação que está a piorar, que está a piorar com a situação no Líbano e na Síria, que está a piorar com toda a situação regional.
Não é impossível abrandar, permitir que os feridos saiam. Uma das agências da ONU disse, há um mês, que havia mais de dez mil feridos que precisavam de ser retirados, evacuados, para serem tratados, para serem curados no exterior, porque a maioria dos hospitais foi bombardeada. Quem fica gravemente doente morre, quem fica gravemente ferido morre.
E além dos mais de 45 mil mortos, há pessoas debaixo dos escombros, são muitas. A situação é terrível.
Que Natal é que se pode celebrar nestas condições, Padre Gabriel?
Temos de celebrar o Natal de uma forma muito mais simples e profunda, aproveitando a oportunidade para rezar mais, para preparar os nossos corações para que o Senhor, através dos nossos corações, possa trazer a paz ao mundo inteiro.
Paz, justiça, reconciliação para a Palestina, para Israel, para todos os lugares onde há morte, destruição, porque, de facto, quando Nosso Senhor nasceu, da Virgem Maria, na cidade de Belém, os anjos proclamaram no céu: “Glória a Deus nas alturas”; ou seja, o nascimento do redentor deu glória e dá glória a Deus no céu; “e paz na terra aos homens de boa vontade”; quer dizer, o Natal é um hino por excelência da glória de Deus que quer a paz entre os homens.
Não haverá celebrações e festividades exteriores, como noutros anos. A guerra, infelizmente, continua. Mas celebraremos a liturgia, preparámos um presépio bonito e muito simples, no interior da igreja, com as crianças, com as religiosas, para nos lembrarmos que o Senhor veio para nos salvar e nele esperamos que ponha fim, pela sua misericórdia – não pelos nossos méritos – a toda esta situação.
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