Em declarações à margem de uma vigília do movimento criado pelas enfermeiras parteiras de todo o país, que reuniu cerca de 50 profissionais de saúde na Avenida dos Aliados, o também presidente do Sindicato dos Enfermeiros (SE) informou "não se tratar de uma ameaça, mas de algo que fica em suspenso para o caso das negociações falharem".
Este é o movimento das enfermeiras parteiras que descontentes com a forma como as coisas estão a decorrer lutam, como nós, pela inclusão da sua especialidade na carreira que temos estado a negociar", informou o sindicalista.
O movimento "Enfermagem unida", segundo José Azevedo, "tem um projeto, experimentado há meia dúzia de anos na Finlândia, e que consiste em casos extremos na possibilidade de se abandonarem os locais de trabalho, ficando apenas um enfermeiro por serviço".
Normalmente, explicou, os "serviços mínimos são garantidos pelos enfermeiros que estão nos turnos da noite" e comparando essa realidade com a do projeto, este quer "romper com o que tem sido tradição e ficar apenas o mínimo dos mínimos, para dizer onde estão as coisas e mais nada", acrescentou.
"Na última greve, que fizemos entre 13 e 17 [de setembro] estiveram nos serviços mínimos os enfermeiros que trabalham aos domingos, entre quatro e seis, conforme os serviços, portanto praticamente não se notou", relatou.
Precisando que "as negociações [com o Governo] foram reatadas de forma normal", a vontade das enfermeiras parteiras, "não é, por isso, uma ameaça", reiterou o porta-voz, admitindo, contudo, que "é algo que poderá acontecer caso nestes dois meses de negociação do Acordo Coletivo de Trabalho não se chegue a bom porto".
"É algo que fica em suspenso", concluiu.
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