Em declarações aos jornalistas após uma visita a duas exposições patentes na Festa do Avante!, que começou hoje na Quinta da Atalaia, no Seixal, Paulo Raimundo foi questionado se considera que, caso o Orçamento do Estado para 2025 seja chumbado, o Presidente da República deve convocar eleições antecipadas.
“Não há nenhuma razão para que, se o Orçamento for chumbado, o caminho a seguir não seja exatamente o mesmo que foi há dois anos atrás”, respondeu o líder do PCP, aludindo ao chumbo da proposta do Orçamento do Estado para 2022, que levou Marcelo Rebelo de Sousa a dissolver a Assembleia da República e convocar eleições legislativas antecipadas, que deram a maioria absoluta ao PS.
O secretário-geral do PCP afirmou não ver “nenhuma possibilidade de não ser assim” também este ano, caso o Orçamento do Estado seja chumbado, acrescentando não estar “a ver qual é que era o contorcionismo que se ia arranjar para não ser assim”.
“Não há nenhum elemento, não há nenhum cenário existente nem possível de conceber em que, perante o chumbo do Orçamento - que o senhor Presidente está convencido que não vai acontecer e eu também -, não há nenhum elemento novo para que uma situação dessas seja diferente de há dois anos”, reforçou.
Questionado porque é que está convencido que o Orçamento do Estado vai ser aprovado, Paulo Raimundo respondeu: “As forças que querem mais esta peça em andamento são muito fortes e estão a mexer os cordelinhos”.
O secretário-geral do PCP considerou que “este é o momento dos empurrões, de falar alto, das linhas vermelhas, cor-de-rosa, laranjas, azuis e depois, quando for o momento, o que determinará não é nem os empurrões, nem a gritaria, nem os peitos cheios, nem as linhas vermelhas ou azuis”.
“O que determinará são os objetivos destas forças, dos grupos económicos, que estão a procurar mais uma peça para cumprir os seus objetivos. E aí temos de ver quem é que aguenta. Nós aguentaremos com toda a força”, referiu.
Interrogado se acha que o PS vai viabilizar o Orçamento do Estado, Paulo Raimundo respondeu: “Isso agora, quem vai, já não sei”.
Instado a especificar que forças são essas a que aludiu, o líder do PCP disse ter assistido, na Região Autónoma da Madeira, ao “peito feito, gritaria”, e proclamações de que “com Miguel Albuquerque nunca, jamais”, para depois o orçamento apresentado pelo seu executivo ser aprovado, com abstenções do PS, Chega e PAN.
“E também conhecemos outras histórias do passado: grandes gritarias, peitos feitos, grandes proclamações e depois arranja-se ali uma ou outra medida para justificar a viabilização desta ou daquela medida ou, neste caso, deste ou daquele orçamento. Cá estaremos para ver”, disse.
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