Em conferência de imprensa a partir da sede da organização, em Genebra, Tedros Ghebreyesus afirmou que está tudo pronto para a equipa da OMS se encontrar com “os seus colegas chineses” a partir do fim de semana para começarem a “identificar a origem zoonótica [animal] da doença [covid-19]”.
Vão preparar o caminho para uma “missão internacional liderada pela OMS para identificar os anfitriões animais da covid-19 e determinar como a doença passou dos animais para os seres humanos”.
Tedros Ghebreyesus afirmou que a organização continuará a partilhar “os avanços científicos mais recentes com os meios de comunicação e com o público em geral”.
O secretário-geral da OMS reconheceu que tem “havido muita discussão” em torno da origem do novo coronavírus, sem se referir a nenhuma tese em particular.
Uma das teses, propagada pelo Presidente norte-americano, Donald Trump, e por membros da sua administração, prende-se com uma alegada origem num laboratório na cidade chinesa de Wuhan, onde começou a pandemia da covid-19.
“Não sabemos onde a barreira entre espécies foi quebrada”, afirmou o diretor executivo do Programa de Emergências Sanitárias da ONU, Michael Ryan, considerando que “os colegas na China estão igualmente ansiosos para encontrar respostas”.
Tedros Ghebreyesus frisou que a equipa da OMS “não vai começar do zero, mas continuar a partir do que já se fez” na China.
Michael Ryan indicou que “as respostas são, por vezes, esquivas”, ilustrando que apanhar o rasto de um vírus como o responsável pela pandemia da covid-19 “é como uma história de detetives” que, como no caso do Ébola ou SARS, levou “anos” a deslindar.
“Precisamos de perceber o percurso do vírus de um animal selvagem, se passou diretamente aos seres humanos, se passou por animais domesticados, se passou por um mercado, se foram dois”, referiu.
Michael Ryan afirmou que para a comunidade científica, é essencial perceber qual o ponto fraco que permitiu o contágio de modo a “fortalecê-lo”.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de 538 mil mortos e infetou mais de 11,64 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 1.629 pessoas das 44.416 confirmadas como infetadas, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
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