O balanço foi feito por Jorge Sampaio do Gabinete de Empreendedorismo do IPB que, nos últimos dez anos, tem apostado em “criar condições prioritárias para que os jovens alunos se estabelecem enquanto empresários, preferencialmente se fixem na região”.
A maioria das empresas criadas foram pensadas para dar respostas às necessidades da região e, embora algumas já tenham desaparecido do mercado, o politécnico conclui que o apoio ao empreendedorismo e empregabilidade dos alunos tem sido um contributo para fixar população em Bragança.
“Estamos a tentar ter um contributo positivo para criar um meio ambiente favorável para nascerem negócios, preferencialmente ligados às áreas de atuação e do conhecimento do instituto politécnico. É uma base importantíssima para retermos e atrairmos pessoas. Temos um papel, um contributo positivo para o combate à desertificação”, afirmou Jorge Sampaio.
O Gabinete de Empreendedorismo tem mais “três/quatro projetos para instalar ainda até ao final do ano, até ao final do semestre, talvez até fevereiro, março de 2019”.
Das 43 empresas criadas em dez anos, devem estar ativas “29/30”, segundo o responsável que ressalva “nem todas desapareceram por insucesso empresarial, algumas fundiram-se”.
Jorge Sampaio alerta que “não é por nascer dentro de uma incubadora que o processo é infalível”. As empresas apenas correm menos riscos.
Entre as criadas existem aquelas que “nascem de oportunidades de negócio da região e as que nascem porque existe politécnico, nomeadamente alojamentos e serviços aos alunos estrangeiros”.
O politécnico ajudou a nascer empresas vocacionadas para realidades locais como uma de micropropagação de plantas, com um projeto no Alto Minho e outro em instalação em Miranda do Douro.
Há ainda outras de apoio domiciliário a idosos, “claramente de uma necessidade da região que, pela faixa etária que começa a dominar, tem” e aquelas “que trabalham para mercados externos”, nomeadamente as que têm nascido na área da informática.
Os empreendedores acabam por contratar colegas de curso, nas empresas que já estão estabelecidas no mercado há mais tempo, começam a desenvolver projetos de investigação e desenvolvimento em parceria com o politécnico e há já duas que são membros do Laboratório Colaborativo do Centro de Investigação de Montanha.
“Tem o que eu chamo percurso perfeito de empreendedor: eram alunos, constituíram-se enquanto empresários no âmbito das ações de empreendedorismo no politécnico, fizeram projetos de investigação e desenvolvimento e, finalmente, integram uma rede de laboratório colaborativos”, considerou.
O propósito do politécnico de Bragança é criar condições para que os seus alunos, “quando recebem o diploma, não fiquem abandonados no mercado de trabalho, seja pela via da empregabilidade, seja pela do empreendedorismo”.
A instituição tem também parcerias com a generalidade das autarquias locais, participa nas diversas ações e colaborações com as incubadoras de negócios existentes e ainda até num complemento formativo aos empresários instalados, nomeadamente com a escola de negócios em constituição em Macedo de Cavaleiros.
O passo que também é essencial, na opinião deste responsável, “é a transferência de conhecimento e tecnologia que vai permitir até às empresas mais consagradas instaladas acrescentar valor aos produtos e desenvolver novos produtos de forma a crescer e consequentemente criar novos postos de trabalho e fixar e atrair população para a região”.
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