“Eles entendem perfeitamente que se lançarem de novo uma guerrita contra o Donbas [leste da Ucrânia] ou em outro lugar da fronteira com a Rússia, a Bielorrússia não permanecerá à margem”, disse Lukashenko no decurso de uma reunião sobre a segurança militar do país, informou a agência noticiosa BELTA.
Lukashenko, que compareceu na reunião em uniforme militar, sublinhou que a NATO iniciou o reforço da sua fronteira norte com esse objetivo.
“É óbvio de que lado estará a Bielorrússia”, sublinhou o Presidente, que se referiu a um contingente de 8.000 efetivos da Aliança militar ocidental estacionados na fronteira com a Polónia e os países bálticos.
Em paralelo, o ministro da Defesa bielorrusso, Viktor Jrenin, anunciou que o seu país planeia realizar manobras militares conjuntas junta à fronteira com a Ucrânia, palco de tensões nas últimas semanas devido à concentração de tropas russas.
“Planeamos celebrar manobras conjuntas com os nossos colegas, o nosso principal aliado estratégico, a Rússia”, disse Jrenin, citado pela BELTA.
O ministro também sublinhou que Minsk tem planeadas um conjunto de medidas a médio prazo para reforçar a defesa da sua fronteira sul, junto à Ucrânia.
Ao referir-se a esta decisão, Lukashenko assegurou que não pretende “dramatizar” a situação, mas pugnou por uma resposta “adequada”.
“(…) Esta é a nossa missão (…). Estamos dispostos a dialogar. Mas se alguém vier com a espada ou a espingarda, temos os meios para responder”, disse.
O líder bielorrusso também acusou o ocidente de inventar alegados planos de agressão da Rússia contra a Ucrânia e sugeriu que coloquem “sobre a mesa” as provas que confirmem essa tese.
Na passada sexta-feira, o Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenski, denunciou preparativos para um alegado golpe de Estado em Kiev para 01 de dezembro e que teria o envolvimento da Rússia.
Segundo Zelenski, nesta suposta intentona estaria envolvido o oligarca ucraniano Rinat Akhmetov, considerado o homem mais rico do país e muito influente na região do Donbas, controlada pelos separatistas pró-russos.
Na semana passada, diversos ‘media’ ucranianos e norte-americanos alertaram sobre um possível ataque russo durante o inverno, baseando-se na concentração de mais de 90.000 militares russos na fronteira comum.
A eventual invasão teria diversas frentes, incluindo a partir do leste separatista e da península da Crimeia, anexada por Moscovo em 2014.
Recentemente, a Rússia e a Bielorrússia decidiram prolongar por 25 anos a presença militar russa em território deste país vizinho, onde já está instalado um sistema conjunto de defesa antiaérea.
No início de setembro, Lukashenko anunciou que Minsk receberia em breve várias dezenas de caças russos (su-30CM), helicópteros, baterias antiaéreas, e possivelmente sistemas antimíssil S-400, numa aparente resposta ao crescente reforço da capacidade militar da Ucrânia, em particular pelo envio de sofisticado armamento proveniente dos Estados Unidos.
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