Turnbull obteve 45 votos contra os 35 de Dutton, que ambicionava ocupar o cargo de primeiro-ministro, indicou a responsável pelos procedimentos disciplinares do partido, Nola Merino.
Na votação à porta fechada, em Camberra, a ministra dos Negócios Estrangeiros, Julie Bishop, foi confirmada como a “número dois” dos Liberais.
Depois de conhecidos os resultados, Dutton apresentou a demissão do cargo de ministro, embora se mantenha como deputado.
Para Nick Economou, analista político da Universidade Monash, em Melbourne, os deputados do Partido Liberal estão a abandonar o primeiro-ministro com receio que Turnbull conduza o partido a uma derrota esmagadora nas eleições legislativas de maio de 2019.
Na segunda-feira, Turnbull renunciou à legislação de redução de emissões de gases com efeito de estufa, uma grande concessão para os membros mais conservadores do seu partido.
Turnbull reconheceu que ia renunciar, por falta de votos a favor, a inscrever na lei o objetivo redução de 26% das emissões de gases com efeito de estufa, pondo fim a um compromisso previamente anunciado.
Malcolm Turnbull assumiu a chefia do Governo, em setembro de 2015, ao afastar o antecessor Tony Abbott, membro do mesmo partido.
Foi durante o executivo de Abbott que a Austrália se comprometeu a reduzir as emissões em 26% em relação ao nível de 2015 e até 2030 para lutar contra o aquecimento climático. Um objetivo considerado, na altura, insuficiente pelos opositores.
Este objetivo foi oficializado em dezembro de 2015 no âmbito do Acordo de Paris.
A Austrália atravessa um período de grande instabilidade política desde que o primeiro-ministro John Howard perdeu o poder em 2007, após mais de 11 anos no cargo.
No próximo mês, Turnbull fará mais de três anos como primeiro-ministro, tornando-se o líder com maior longevidade no cargo desde John Howard.
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