A fonte explicou à Lusa que se trata de uma parceria entre a Câmara da Feira, a Universidade de Trás-os-Montes (UTAD) e a Associação de Desenvolvimento Rural Integrado das Terras de Santa Maria (ADRITEM).
O projeto "consiste em colocar animais - que estão no local desde terça-feira - num terreno pertencente à Câmara Municipal e avaliar a capacidade de limpeza desses mesmos animais naquele terreno. Ou seja, vamos avaliar, ao longo do tempo, a quantidade de matéria combustível naquele terreno. Todas as semanas faremos essa análise e, no final, tiramos várias conclusões", afirmou Catarina Fontes.
Essas conclusões passam pela quantidade de matéria combustível no terreno, a quantidade que os animais ingerem, e também a criação de "um algoritmo que vai permitir, através de imagens aéreas, calcular a quantidade [de matéria combustível] que exista noutros terrenos", sendo esta uma forma de "avaliar se os terrenos estão limpos ou precisam de uma intervenção.
O objetivo principal, segundo contou Ana Catarina Fontes, é “avaliar o tempo que os animais demoram a limpar uma área de terreno”, estando a engenheira neste momento “à procura de mais parcerias com instituições, que possam usar estes dados no futuro”, sublinhando que este empreendimento poderá ser “vantajoso para empresas que se dedicam a limpeza de terrenos e produção de biocombustível”.
"Neste momento noto alguma preocupação de proprietários em limpar terrenos. Mas que é certo é que a obrigatoriedade não termina hoje, 15 de março. Essa preocupação deve prevalecer. Nós preocupamo-nos mais com a manutenção. Essa preocupação deve ser permanente", destacou, acrescentando que os "rebanhos podem manter os terrenos limpos todo o ano".
O presidente da Câmara de Santa Maria da Feira, Emídio Sousa, mostrou confiança no sucesso do projeto e revelou que acolheu a ideia da "jovem licenciada" Ana Catarina Fontes convencido de que esta é “uma solução interessante” para o futuro da limpeza da floresta
“Do ponto de vista ambiental, penso que é a melhor solução possível porque não temos combustíveis, não temos impacte ambiental negativo e mesmo até para limpar terrenos com alguns declives, penso que as cabras são uma solução razoável", disse.
A autarquia tem também a sua quota-parte de interesse no sucesso do projeto, visto que há "três freguesias consideradas como zonas prioritárias de risco de incêndio", e esta é uma das soluções que vai estudar.
Comentários