"Reconhecemos que não é possível reconhecer o tempo todo de serviço, mas [é preciso] encontrar um mecanismo suficientemente dilatado no tempo para que, sem apagar o passado e sem comprometer o futuro, [seja possível] reconhecer essa dívida que, num certo sentido, o Estado tem para com essas carreiras, mas também o direito que o país tem de ter finanças sólidas para o futuro", afirmou João Galamba.
Os deputados da comissão parlamentar de Orçamento, Finanças e Modernização Administrativa estão hoje a ouvir e a questionar o ministro das Finanças no último dia da discussão da especialidade da proposta de Orçamento do Estado para 2018 (OE2018), que é também o prazo para que os partidos apresentem propostas de alteração ao documento orçamental.
Sem avançar detalhes, Mário Centeno afirmou que o Governo está a negociar na direção indicada pelo deputado socialista: "Não podemos imaginar que uma negociação é um processo que apenas tem um lado. Estamos a negociar no sentido do que disse e preservando todos os princípios que disse - de sustentabilidade e de responsabilidade - mas também no sentido de atender às ambições de quem está sentado à nossa frente", concluiu.
Na intervenção inicial, o governante já tinha dito que quase 50% dos professores vão ter progressões na carreira e mais de 7.000 recém-contratados vão ser colocados nos escalões previstos em 2018, medidas que vão custar mais 115 milhões de euros.
Mário Centeno afirmou que são 46.000 os professores abrangidos pela progressão de carreiras no próximo ano e que 7.000 recém-contratados "vão ser recolocados nos escalões a que têm direito".
O ministro das Finanças disse também que, quanto ao descongelamento de carreiras na administração pública previsto na proposta orçamental, "nas carreiras em que o tempo conta [como é o caso dos professores], o que este orçamento faz é repor o cronómetro a funcionar".
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