“O congresso do PS está a ser revelador, entre outras questões, de pelo menos três aspetos: primeiro, é que o PS, para quem tivesse dúvidas, é só um, segundo, é que as suas opções de fundo estão claras e, terceiro, e talvez o mais importante, é que tudo o que se está a passar, tudo o que está a ser afirmado e tudo o que está a ser sublinhado reforça ainda mais a necessidade de um grande resultado eleitoral da CDU [coligação PCP/PEV], de mais votos, mais percentagem e mais deputados como única condição para abrir um caminho novo. Esta é que é a grande lição do congresso do PS”, disse Paulo Raimundo durante um comício na Maia, no distrito do Porto.
Persistindo nas críticas, o comunista referiu que fica claro no congresso socialista que as orientações de Bruxelas são para acatar de forma obediente e de que as contas certas, “as tais que desacertam a vida de milhões de pessoas e dos serviços públicos”, são para continuar.
Para Paulo Raimundo “está lá tudo” no 24.º Congresso Nacional do PS, que começou na sexta-feira, em Lisboa, nomeadamente as tentativas de vitimização, as opções de fundo e o legado da maioria absoluta com os resultados que estão à vista.
Referindo-se ao novo secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, o comunista considerou que fez bem em criticar no seu discurso a direita pela ‘lei Cristas´, relativa ao arrendamento, mas esqueceu-se, contudo, de dizer que o PS, perante as propostas sucessivas do PCP para revogar essa legislação, foi incapaz de uma única vez ficar do lado dos comunistas.
“Fez bem em lembrar o crime, fez mal em ser cúmplice do mesmo”, acrescentou.
O secretário-geral do PCP salientou ainda que dar força ao PS é dar votos a uma ilusão, da mesma forma que votar em PSD, CDS-PP, Chega e IL é andar para trás, é retroceder.
A política de direita, insistiu, venha ela de onde vier, é o principal inimigo porque daí só virá demagogia e o acentuar das dificuldades, das injustiças e dos problemas.
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