A proibição da entrada de turistas russos no espaço comunitário foi apoiada por Jan Lipavsky numa entrevista ao diário austriaco “Die Presse”.
“Numa situação em que a Rússia está a travar uma guerra que viola todas as normas internacionais”, a proibição de vistos para turistas russos é “algo que devemos introduzir”, afirmou o ministro dos Negócios Estrangeiros checo.
Isso não implica, disse Lipavsky, “uma proibição total da entrada de russos”, porque há situações especificas e alguns países, como a Áustria ou a Alemanha, opõem-se à medida, e tal só levaria a um maior isolamento da sociedade civil russa e dos opositores do Kremlin.
“Na República Checa, por exemplo, temos um programa especial para membros da oposição, no qual ajudamos especificamente os russos que são contra o regime russo ou são perseguidos por ele”, explicou.
No conselho informal de Ministros dos Negócios Estrangeiros que terá lugar em Praga na próxima semana, Lipavsky não espera que os 27 cheguem a um acordo sobre esta questão, embora acredite que as divergências de posições possam ser ultrapassadas.
“No final, chegamos sempre a uma posição comum”, sublinhou o ministro.
Outros países europeus que apoiam a recusa de vistos a cidadãos russos são a Finlândia, a Dinamarca, a Noruega (espaço Schengen), a Letónia, a Lituânia e a Estónia.
Esta medida foi pedida pelo Presidente ucraniano como mais uma sanção a Moscovo pela invasão da Ucrânia, mas já foi rejeitada pelos Estados Unidos.
“Os Estados Unidos não querem fechar as vias de refúgio e segurança para dissidentes russos e outras pessoas vulneráveis a abusos de direitos humanos”, disse um porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, segundo a rede de televisão CNN.
O Alto Representante da União Europeia (UE) para a Política Externa, Josep Borrell, também manifestou relutância em proibir de forma massiva a entrada de russos nos 27 Estados-membros.
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