A polícia do Kosovo usou na sexta-feira gás lacrimogéneo e granadas não letais para dispersar manifestantes sérvios que procuraram impedir o acesso dos autarcas das localidades de Zvecan, Zubin Potok e Leposavic, de maioria albanesa, eleitos nas eleições de abril que foram boicotadas pela comunidade sérvia.
Os meios locais informaram que ocorreram confrontos entre a polícia e os sérvios, minoria no Kosovo, mas maioritários no norte do país.
Os sérvios do norte do Kosovo não reconhecem a autoridade destes autarcas, eleitos em eleições que, devido ao boicote dos sérvios, tiveram uma taxa de participação de três por cento.
“Em Pristina, este ato bárbaro, claramente destinado a continuar a limpeza étnica dos sérvios, é enganosamente apresentado como prova das boas intenções das autoridades, disse a porta-voz da diplomacia russa, Maria Zakharova, no portal do Ministério dos Negócios Estrangeiros russo.
A porta-voz acrescentou que a deterioração da situação no Kosovo é consequência direta de uma “abordagem maliciosa, que expõe a posição neocolonial ocidental nos Balcãs”.
“Avisamos repetidamente que os representantes dos EUA e da UE não são pacificadores, mas instigadores de conflitos, minando os fundamentos jurídicos internacionais do acordo de Kosovo e atrasando uma solução mutuamente aceitável, que só é possível com base na resolução 1244 do Conselho de Segurança da ONU”, afirmou Zakharova.
Moscovo, acrescentou a porta-voz, condena veementemente as ações provocativas de Pristina, que “levam a situação a uma fase tensa e representam uma ameaça direta à segurança de toda a região dos Balcãs”.
A França, a Alemanha, a Itália, o Reino Unido e os Estados Unidos, países que garantem as forças de manutenção da paz no Kosovo, condenaram na sexta-feira o uso de violência por parte das autoridades kosovares.
Ao mesmo tempo, as cinco potências ocidentais expressaram a sua preocupação com a decisão da Sérvia de aumentar o nível de alerta das suas tropas na fronteira com Kosovo.
O Kosovo, antiga província sérvia povoada por uma grande maioria de albaneses, proclamou a sua independência em 2008, que a Sérvia não reconhece.
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