“Não concordamos com esta abordagem. A Rússia mantém boas relações com o Irão”, afirmou o porta-voz do Kremlin (sede da Presidência russa), Dmitri Peskov.
O porta-voz assegurou que “não é segredo” que, em relação a várias questões regionais e internacionais, as posições de Moscovo e de Washington são “diametralmente opostas”.
“No entanto, isso não deve ser um obstáculo para que a Rússia e os Estados Unidos mantenham contactos normais e relações pragmáticas”, frisou.
O chefe da diplomacia russa, Serguei Lavrov, também abordou esta questão e mostrou-se “convencido” de que “o Irão deve fazer parte dos esforços comuns” e integrar a coligação internacional que luta contra os extremistas do Estado Islâmico (EI) e do Jabhat Fateh al-Sham (grupo anteriormente conhecido como Frente al-Nosra) na Síria.
E recordou que, independentemente das declarações da nova administração dos Estados Unidos, o Presidente Donald Trump disse que “o principal problema na política externa é a ameaça do terrorismo internacional personificado principalmente no EI”.
“Se é assim, então devemos destacar que o Irão nunca esteve envolvido (…) com o EI, com a Frente al-Nosra ou com qualquer outra estrutura filiada dessas organizações ou incluídas na lista de grupos terroristas da ONU”, afirmou o ministro dos Negócios Estrangeiros russo.
Serguei Lavrov destacou ainda que o “Irão contribui na luta contra o EI através de destacamentos armados no território sírio em resposta a um pedido do legítimo governo sírio”.
Após o regime de Teerão ter realizado testes de um míssil balístico de médio alcance, a administração de Donald Trump endureceu na sexta-feira as sanções económicas contra o Irão, visando várias pessoas e entidades daquele país. O chefe de Estado americano também avisou o Irão de “estar a brincar com o fogo”.
A Rússia lamentou hoje as sanções americanas e recordou que estes ensaios por parte do regime de Teerão não são uma violação do acordo sobre o programa nuclear iraniano, assinado em julho de 2015 entre o Irão e o grupo de países 5+1 (Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha, França, Rússia e China).
Este compromisso histórico colocou fim a 12 anos de discórdia entre o Irão e os países ocidentais.
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