Tornaram-se réus pessoas de confiança do ex-presidente como Mário Fernandes e Filipe Garcia Martins, que teriam colaborado, respetivamente, na criação de um plano que contemplava assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e na confeção de um decreto para dar suporte jurídico ao fracassado golpe, segundo a denúncia da PGR.

Os cinco ministros STF votaram unanimemente para levar a julgamento os participantes do chamado "núcleo 2" do caso.

"Há provas suficientes necessárias para o recebimento da denúncia" por tentativa de golpe de Estado e violação do Estado democrático de direito, entre outros crimes, afirmou o relator do processo, Alexandre de Moraes.

No final de março, os ministros já haviam ordenado julgar, numa data a ser determinada, Bolsonaro — que se declara inocente e vítima de "perseguição" — e sete colaboradores do alto escalão conhecidos como o "núcleo crucial" do suposto plano golpista.

Também fazem parte do segundo núcleo o ex-assessor presidencial Marcelo Costa, o ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Silvinei Vasques e os delegados da Polícia Federal (PF) Fernando de Sousa e Marília Ferreira de Alencar.

Estes três últimos teriam usado forças policiais para ajudar Bolsonaro a permanecer no poder. O suposto plano golpista fracassou por falta de apoio dos comandantes do Exército e da Força Aérea.

Os acusados serão levados a julgamento numa data ainda a ser definida e poderão receber penas de prisão de até 40 anos. "Sabiam o que estavam a fazer", disse a ministra Cármen Lúcia durante a audiência desta terça-feira.

As defesas dos acusados, por sua vez, pediram sem sucesso o arquivamento da denúncia.