O ano arrancou com um abalo que se fez sentir, ainda de madrugada, no Bombarral. O sismo, de 3.4 na escala de Richter, foi sentido nos concelhos de Caldas da Rainha, Lourinhã e Torres Vedras.

Dias mais tarde, um sismo de magnitude 3.8 na escala de Richter foi registado a oeste de Sines, tendo sido sentido em Lagoa (Faro), Cascais e Lisboa.

Já a 15 de janeiro, um novo abalo, de 2.1 escala de Richter, foi registado a 8 km de Moura, no distrito de Beja, fazendo-se sentir em concelho de Serpa.

Questionado no dia seguinte pelo SAPO24 sobre os sucessivos abalos no mês de janeiro, o IPMA esclareceu que "a atividade sísmica observada recentemente, em Portugal, pode considerar-se normal, o número de sismos registados estão dentro dos parâmetros habituais".

A resposta chegou dois dias antes de um novo abalo no continente, de 3.1 na escala de Richter, registado a 21 de janeiro e que fez tremer Tavira e Vila Real de Santo António (Faro).

A memória histórica dos danos provocados pelo abalo de 1755 em Lisboa faz com que se adensem as preocupações sempre notícias sobre sismos de sucedem na comunicação social.

No entanto, recorda o IPMA, "embora seja expectável que ocorram sismos na zona de Portugal, assim como noutras regiões do Globo, inclusivamente sismos de maior magnitude, e apesar da intensa investigação sobre o assunto, ainda não é possível prever com fiabilidade a ocorrência de sismos, pelo que não é possível saber a magnitude, quando e onde irá ocorrer o próximo evento sísmico".

Os receios, porém, não são infundados. Em novembro do ano passado, a Câmara de Lisboa apresentou um o Sistema de Aviso e Alerta de Tsunami no Estuário do Tejo, com a instalação de sirenes na Praça do Império e na Ribeira das Naus e a definição de percursos de evacuação.

A faixa ribeirinha de Lisboa encontra-se exposta aos efeitos de um tsunami, em especial a zona entre Belém e Santa Apolónia, onde o índice de perigosidade de inundação por tsunami é “extremo” num cenário de sismo de magnitude de 8,75 graus na escala de Richter, segundo dados apresentados pelo Serviço Municipal de Proteção Civil.

O projeto inclui a instalação de um sistema de aviso à população, com duas sirenes e dois painéis informativos digitais na Praça do Império e na Ribeira das Naus, e de sinalética vertical de evacuação de emergência (percursos de evacuação e pontos de encontro), a que se juntam a realização de ações de sensibilização e informação pública sobre o risco de tsunami na cidade.

Alguns dos sinais naturais que indiciam a possibilidade de ocorrência de um tsunami e que devem desencadear a evacuação imediata do local são a ocorrência de um sismo forte, a variação súbita e anormal do nível do rio e um ruído estranho vindo do rio.

Baixar, proteger e aguardar

O que fazer antes, durante e depois de um sismo? Se perguntar a uma criança em idade escolar é bem possível que tenha isso mais presente do que um adulto, já que é comum nas escolas portuguesas aprender o que fazer em caso de tremor de terra, memória que se esvanece à medida que o tempo vai passando.

No entanto, todos os anos a Proteção Civil leva a cabo um exercício nacional chamado "A Terra Treme" para sensibilizar a população para o risco sísmico. O exercício, que pode ser realizado em qualquer lugar onde esteja, dura apenas um minuto e o objetivo é executar os três gestos que salvam vidas em caso de sismo: baixar, proteger e aguardar.

Interiorizados estes três passos, aqui ficam mais algumas indicações da Proteção Civil caso esteja dentro de casa ou de um edifício quando se der um sismo:

  • Se estiver num dos andares superiores de um edifício, não se precipite para as escadas.
  • Nunca utilize elevadores.
  • Abrigue-se no vão de uma porta interior, nos cantos das salas ou debaixo de uma mesa ou cama.
  • Mantenha-se afastado de janelas e espelhos.
  • Tenha cuidado com a queda de candeeiros, móveis ou outros objetos.
  • Se está num local com grande concentração de pessoas fique dentro do edifício, até o sismo cessar.
  • Saia depois com calma, tendo em atenção as paredes, chaminés, fios elétricos, candeeiros e outros objetos que possam cair.
  • Não se precipite para as saídas. As escadas e portas são pontos que facilmente se enchem de escombros e podem ficar obstruídos por pessoas que tentam deixar o edifício
  • Nas fábricas, mantenha-se afastado de máquinas que possam tombar ou deslizar.

Já se estiver na rua:

  • Dirija-se para um local aberto com calma e serenidade, longe do mar ou cursos de água.
  • Não corra nem ande a vaguear pelas ruas.
  • Mantenha-se afastado dos edifícios (sobretudo dos mais degradados, altos ou isolados) dos postes de eletricidade e outros objetos que lhe possam cair em cima.
  • Afaste-se de taludes, muros, chaminés e varandas que possam desabar.

Se estiver a conduzir:

  • Pare a viatura longe de edifícios, muros, taludes, postes e cabos de alta tensão e permaneça dentro dela.

Depois do abalo passar, há mais algumas coisas que deve ter em mente:

  • Mantenha a calma e conte com a ocorrência de possíveis réplicas.
  • Não se precipite para as escadas ou saídas. Nunca utilize elevadores.
  • Não fume, nem acenda fósforos ou isqueiros. Pode haver fugas de gás.
  • Corte a água e o gás e desligue a eletricidade.
  • Utilize lanternas a pilhas.
  • Ligue o rádio e cumpra as recomendações que forem difundidas.
  • Limpe urgentemente os produtos inflamáveis que tenham sido derramados (álcool ou tintas, por exemplo).
  • Evite passar por locais onde existam fios elétricos soltos.
  • Não utilize o telefone, exceto em caso de extrema urgência (feridos graves, fugas de gás ou incêndios).
  • Não circule pelas ruas para observar o que aconteceu. Liberte-as para as viaturas de socorro.

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