O suspeito tinha inicialmente alegado chamar-se Hassan Ali e ter nascido em 2002 no Paquistão, identidade com a qual beneficiou de assistência social à infância quando chegou a França, em 2018.
Confrontado com um documento paquistanês encontrado no seu telefone, “acabou por admitir qual é a sua verdadeira identidade e que tem 25 anos”, disse o procurador Jean-François Ricard, em conferência de imprensa hoje realizada em Paris.
De acordo com este responsável, o suspeito “era completamente desconhecido de todos os serviços de informação” até agora.
O paquistanês confessou a autoria do ataque no sábado, justificando-o com a republicação no jornal satírico das caricaturas do profeta Maomé publicadas em 2014, algo que o suspeito alegou “não conseguir suportar”.
O novo ataque aconteceu pelas 11:45 locais (10:45 em Lisboa) de sexta-feira na rua Nicolas Appert, junto ao edifício que albergou a redação do Charlie Hebdo, e surgiu depois de, há cerca de duas semanas, a Al Qaida ter voltado a ameaçar a redação por reeditar as caricaturas do profeta Maomé.
O alegado autor do ataque de sexta-feira de manhã foi detido pouco tempo depois na Praça da Bastilha, a pouca distância do local do crime.
Além do principal suspeito, foram já detidas outras seis pessoas pelas autoridades francesas antiterrorismo por alegada ligação ao ataque, que fez dois feridos graves.
As duas vítimas são jornalistas (um homem e uma mulher) da produtora de documentários PLTV.
Na sexta-feira à noite, o ministro do Interior francês, Gérald Darmanin, afirmou que o ataque foi um “ato terrorista islâmico” contra França e contra os jornalistas.
Em janeiro de 2015, dois extremistas islâmicos mataram 12 pessoas num ataque ao Charlie Hebdo, que mudou depois de instalações para um local não revelado.
O julgamento deste caso está a decorrer desde o início deste mês em Paris.
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