“Falei ao telefone com o Presidente Guaidó, o nosso único interlocutor, para lhe assegurar o apoio do PE”, disse Tajani, num discurso em espanhol.
O político italiano aludiu ainda ao reconhecimento internacional à proclamação de Guaidó, que qualificou como sustentada nas normas constitucionais venezuelanas.
“Lamentavelmente, a situação piorou e chegou a um ponto de não retorno”, disse Tajani, acrescentando que se não houver uma alteração muito em breve haverá um agravamento com consequências para a região.
Tajani reiterou que o PE foi a primeira instituição a denunciar as violações de direitos humanos e a pedir sanções contra o regime, para além de ter galardoado a oposição na Venezuela com o prémio Sakharov para a liberdade de pensamento em 2017.
A crise política na Venezuela agravou-se em 23 de janeiro, quando o líder da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, se autoproclamou Presidente da República interino e declarou que assumia os poderes executivos de Nicolás Maduro.
Guaidó, 35 anos, contou de imediato com o apoio dos Estados Unidos e prometeu formar um governo de transição e organizar eleições livres.
Nicolás Maduro, 56 anos, no poder desde 2013, recusou o desafio de Guaidó e denunciou a iniciativa do presidente do parlamento como uma tentativa de golpe de Estado liderada pelos Estados Unidos.
A União Europeia fez um ultimato a Maduro para convocar eleições nos próximos dias, prazo que Espanha, Portugal, França, Alemanha e Reino Unido indicaram, sexta-feira, ser de oito dias, findo o qual os 28 reconhecem a autoridade de Juan Guaidó e da Assembleia Nacional para liderar o processo eleitoral.
A repressão dos protestos antigovernamentais da última semana provocou 35 mortos, de acordo com várias organizações não-governamentais.
Esta crise política soma-se a uma grave crise económica e social que levou 2,3 milhões de pessoas a fugirem do país desde 2015, segundo dados da ONU.
Na Venezuela, antiga colónia espanhola, residem cerca de 300.000 portugueses ou lusodescendentes.
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