Em comunicado, o partido liderado por André Ventura diz que após a audição na quinta-feira do ministro das Infraestruturas, João Galamba, na Comissão Parlamentar de Inquérito à Tutela Política da Gestão da TAP, “tornou-se evidente que o recurso abusivo e indevido ao SIS partiu do núcleo próximo do primeiro-ministro, senão do próprio”.
“Segundo o ministro das Infraestruturas, terá sido o secretário de Estado Mendonça Mendes que considerou pertinente a intervenção das 'secretas', ao arrepio das regras legais vigentes”, lê-se no texto.
Para o Chega, “está em causa a descoberta da verdade material e a própria idoneidade dos governantes em causa” e, por essas razões, o partido apresentou hoje um requerimento para a audição de António Mendonça Mendes.
No sábado, o secretário de Estado adjunto do primeiro-ministro recusou esclarecer qual o papel que teve na chamada dos serviços de informação para a recuperação do computador do antigo adjunto do ministro das Infraestruturas.
À margem do congresso do PAN, que decorreu em Matosinhos, no distrito do Porto, António Mendonça Mendes não respondeu aos jornalistas sobre o seu alegado envolvimento no caso da recuperação do computador de Frederico Pinheiro, depois de João Galamba, ter afirmado na Comissão Parlamentar de Inquérito à gestão da TAP que foi aquele governante quem lhe disse para contactar os serviços de informação.
“Eu queria relembrar que a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) à TAP está a decorrer, tudo aquilo que o Governo tinha a dizer e de relevante nessa matéria já disse”, respondeu quando questionado pelos jornalistas.
Segundo António Mendonça Mendes, “o que é importante é que cada um faça aquilo que tem para fazer, a CPI à gestão da TAP apurará os factos relativamente à gestão da TAP”.
O ministro das Infraestruturas afirmou na sua audição na comissão parlamentar de inquérito na quinta-feira que quem lhe disse em 26 de abril para contactar os serviços de informações foi o secretário de Estado adjunto do primeiro-ministro, António Mendonça Mendes.
Galamba disse ainda que reportou ao primeiro-ministro, António Costa, já perto da 01:00 da manhã de 27 de abril os acontecimentos no Ministério e lhe contou “que tinha sido chamado o SIS”, chamada que aconteceu horas depois de uma primeira tentativa de contacto em que o chefe do executivo não atendeu.
O ministro confirmou a versão transmitida na véspera pela sua chefe de gabinete - que terá sido Eugénia Correia a reportar ao SIRP (Sistema de Informações da República Portuguesa) e depois contactada pelo SIS –, mas garantiu que não lhe transmitiu qualquer instrução para ligar às ‘secretas’.
“O meu telefonema com António Mendonça Mendes termina depois do telefonema de Eugénia Correia com o SIRP”, afirmou.
O caso está relacionado com a exoneração de Frederico Pinheiro e envolve denúncias contra o ex-adjunto por violência física no Ministério das Infraestruturas e alegado furto de um computador portátil, caso que está a ser investigado pelo Ministério Público.
Comentários