Os serviços secretos sul-coreanos indicaram hoje que a Coreia do Norte decidiu enviar até 12.000 soldados para ajudar a Rússia na sua guerra contra a Ucrânia e que 1.500 soldados norte-coreanos já estão a treinar no Extremo Oriente russo, antes de serem enviados para a frente de batalha.

“Isso prova (…) que Moscovo quer uma guerra maior e mais longa e que está a tentar treinar os seus aliados para tal”, declarou o responsável ucraniano, citado pela agência de notícias francesa, AFP, a coberto do anonimato.

“Isso prova que a Ucrânia tem toda a razão em falar agora com os seus parceiros sobre o reforço das nossas posições, em conformidade com o plano de vitória”, recentemente revelado pelo Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, acrescentou.

Se soldados norte-coreanos vierem a ser enviados para a Ucrânia, “tal poderá complicar a situação” no campo de batalha, admitiu o responsável.

Zelensky apresentou esta semana o seu há muito aguardado “plano de vitória”, destinado a permitir ao seu país prevalecer sobre a Rússia, que invadiu o país vizinho há quase três anos.

O chefe de Estado ucraniano gostaria, nomeadamente, que o Ocidente convidasse a Ucrânia a aderir à NATO (Organização do Tratado do Atlântico-Norte, bloco de defesa ocidental), instalasse “meios de dissuasão não-nucleares” no seu território e lhe permitisse atacar em profundidade o território russo com os mísseis que lhe foram fornecidos.

“Precisamos agora de mais cooperação para impedir que Moscovo ganhe tempo e beneficie, de uma forma ou de outra, do eventual envolvimento de tropas norte-coreanas na guerra”, acrescentou o responsável ucraniano.

Pyongyang e Moscovo, aliadas de longa data, tornaram-se ainda mais próximas desde o início da invasão russa, em fevereiro de 2022. A Coreia do Norte é acusada por Kiev e pelo Ocidente de fornecer grandes quantidades de munições e mísseis à Rússia.

A Ucrânia descreveu recentemente a Coreia do Norte como o seu “maior problema”, de entre os aliados da Rússia.