O rei, de 74 anos, e a rainha, de 75, chegaram à Abadia de Westminster após uma breve procissão de carruagem a partir do Palácio de Buckingham. E, apesar da chuva persistente, milhares de pessoas aglomeraram-se ao longo do percurso para saudar o casal real.
Embora o rei desejasse uma cerimónia mais moderna e simples que a da mãe, nomeadamente num momento de agravamento do custo de vida, a coroação seguiu um ritual que praticamente não muda há mil anos, único entre as monarquias europeias, e Carlos III e Camilla entraram na abadia de forma solene, vestidos com as capas cerimoniais.
Serão utilizadas três coroas cravejadas de diamantes e pedras preciosas, diversas vestimentas antigas bordadas com ouro que o rei usará nas diferentes fases da cerimónia, três ceptros e um par de esporas de ouro.
Numa espécie de aceno às preocupações modernas, o óleo da unção será vegano (não tem origem animal e com jasmim, mirra e canela), embora consagrado como a tradição exige na Igreja do Santo Sepulcro de Jerusalém, onde os cristãos acreditam que Jesus foi enterrado.
Na parte considerada a mais sagrada da cerimônia, o arcebispo de Canterbury, líder espiritual da Igreja da Inglaterra, da qual o rei é o líder máximo, ungirá as mãos, o peito e a cabeça de Carlos III e Camilla, escondidos da visão de todos por uma tela.
Antes, o monarca será apresentado aos convidados, que o reconhecerão com saudações. E com a mão na Bíblia, prestará juramento.
A parte central da cerimónia acontecerá quando o arcebispo Justin Welby colocar sobre a cabeça de Carlos III a coroa de Santo Eduardo, que só é utilizada no momento da coroação.
Em substituição à tradicional homenagem dos aristocratas, o arcebispo convidará todas as pessoas, de onde estiverem a assistir ou a escutar a cerimónia, a jurar lealdade ao novo rei, uma novidade histórica que busca a democratização da cerimónia, mas que provocou fortes críticas.
Acompanhados por milhares de militares e membros da realeza, os monarcas retornarão depois a uma nova procissão até ao Palácio de Buckingham, onde, ao lado da família, irão à varanda acenar à multidão. Harry não deverá aparecer à varanda, a não ser que a família decida um gesto de reconciliação com o príncipe, que fez duras críticas à monarquia, em particular contra a rainha Camilla e o irmão William, o herdeiro do trono.
Quase 2.300 convidados compareceram à Abadia de Westminster, incluindo a primeira-dama dos Estados Unidos, Jill Biden, o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, os reis Felipe VI e Letizia da Espanha, além de centenas de representantes da sociedade civil britânica. Harry, 38 anos, filho mais novo de Carlos e em divergências com a família real, compareceu também à coroação sem a mulher, a americana Meghan Markle, que ficou na Califórnia com os dois filhos.
Comentários