Com a Basílica da Estrela ao fundo, há um edifício ao lado do jardim que passa despercebido apesar dos seus azulejos coloridos e portas verde garrafa. No número 17 da Rua da Estrela fica o Mosteiro do Imaculado Coração de Maria, das Irmãs Clarissas, apenas identificado, além do nome na campainha, por um painel com arabescos bordô no cimo de um muro branco, contrastando com as paredes velhas da restante fileira de edifícios. Contudo, este espaço tem um passado diferente e que muitos já não recordam: viveram ali, há muitos anos, órfãos a cargo de Maria da Purificação Godinho, conhecida também como Madre Godinho. Mas também passou pelo Orfanato de Nossa Senhora dos Milagres uma menina que, apesar de não ser órfã, precisava de cuidados e segredo: Jacinta Marto, pastorinha de Fátima.
Hoje, apesar de ser um mosteiro de clausura, a porta está aberta para quem lá quiser entrar. Um toque de campainha basta para surgir uma voz no intercomunicador. ‘Sim?’, perguntam. ’Viemos visitar o quarto da Jacinta’, respondemos. Do outro lado, uma voz a que não vamos associar a uma cara pergunta: ‘Já conhecem? Então a porta está aberta. Podem entrar, fiquem à vontade’. Quando o caso é outro e nunca se lá foi, uma das Irmãs mais novas — e por isso mais habituadas a lidar com desconhecidos — acompanha os visitantes. Falam várias línguas e conhecem o espaço como ninguém. Sabem a história deste “cantinho de céu” no meio da azáfama da capital. Foi ali que, em 1920, Jacinta passou 12 dias — de 21 de janeiro a 2 de fevereiro — antes de ser internada durante 18 dias no Hospital Dona Estefânia, onde viria a falecer.
Para muitos, este período é um mistério. As Aparições ocorreram de maio a outubro de 1917, na Cova da Iria, e depois disso apenas se fala das mortes prematuras de Francisco e Jacinta, vítimas da gripe pneumónica, e da vida de Lúcia enquanto Irmã Carmelita. E se a vida de Lúcia — por ser a última sobrevivente das crianças que viram Nossa Senhora e por estar associada à transmissão da Mensagem de Fátima — está bem documentada, o mesmo não se pode dizer do curto espaço de tempo das vidas de Francisco e Jacinta depois das Aparições.
Dos dois irmãos — elevados à honra dos altares desde maio de 2017, com a canonização pelo Papa Francisco —, Jacinta é provavelmente a que encerra mais mistérios à data de hoje. Foi por isso que Carla Afonso Rocha decidiu pôr mãos à obra.
“A partir do momento em que começo a estar mais ligada à história e à Mensagem de Fátima, a Jacinta foi sempre, não vou dizer a minha predileta, mas quase. Isto por ser tão pequenina — todos eram pequeninos, mas ela tinha sete anos! — e, no fundo, por se entregar da forma que se entrega”, começa por explicar Carla ao SAPO24.
“A própria Irmã Lúcia diz nas suas memórias que a Jacinta não era, antes das Aparições, de todo a sua companhia ideal. Porque tinha mau feitio, porque era ela que tinha de escolher os jogos e era ela que tinha de ganhar. Era ela que decidia tudo. A Jacinta era o ponto fundamental em tudo. A partir das aparições esta menina passa, precisamente, a ser o inverso disto tudo. Ela não interessa para nada, Nosso Senhor é que interessa; Nossa Senhora é que fez os pedidos que fez. Jacinta muda o seu objetivo de vida, embora saiba logo na primeira Aparição que não será uma vida muito longa. Com sete anos e uma entrega desta forma… quantos de nós, com a idade que temos, dizemos ‘eu vou fazer, eu vou’ e depois chegamos à hora e recuamos. Por isso também foi sempre a minha menina”, conta.
A ligação a Fátima está bem marcada na vida de Carla. E, se poderíamos falar em coincidências, Carla prefere usar antes o termo “Deuscidências”. “Eu e o meu marido conhecemo-nos na capelinha, em Fátima, num dia 20 de fevereiro [aniversário da morte de Jacinta]. Casámos em Fátima sete meses depois, o nosso filho chama-se Francisco Maria, precisamente em honra do Francisco e de Nossa Senhora, e foi batizado em Fátima no dia em que fazia 102 anos que [o pastorinho] Francisco Marto foi batizado”, começa por dizer.
“Tinha o Francisco três anos e meio quando apanhámos o maior susto que podíamos ter apanhado. Há um dia em que ele se deita sem problema absolutamente algum e no dia seguinte acorda sem poder andar. Ao fim de oito dias tínhamos um diagnóstico de leucemia. O mais frequente, e por aquilo que foi a nossa vivência no Instituto Português de Oncologia [IPO] de Lisboa, é que as pessoas se zanguem com Deus, se zanguem com tudo o que é extra à família, mas connosco não. Aconteceu-nos exatamente o contrário: ou segurávamos ali a mão de Maria ou era para descambar”, confidencia.
Hoje, o Francisco tem oito anos e é um menino saudável e feliz, conta. A mãe diz não fazer promessas, mas sentiu que tinha de agradecer esta cura. “Em outubro de 2013 conseguimos trazer a Imagem Peregrina, vinda precisamente do Santuário, para passar todo o mês na capela do IPO de Lisboa. Entrámos com Nossa Senhora escondida, parecia que estávamos a meter um terrorista dentro do IPO. Contra tudo e contra todos. Foram-nos mandados dois seguranças à entrada, para terem a certeza de que nós entrávamos com a caixa de transporte de Nossa Senhora fechada e que só a abríamos na capela. O Estado é laico, o hospital é público e por isso é laico, tem um capela mas não devia ter, segundo as indicações que me foram dadas por uma funcionária do IPO. Quando chegámos à capela abrimos a caixa e a Imagem Peregrina esteve ali todo o mês, disponível para quem a quisesse ir ver”, recorda Carla.
“No último dia em que a Imagem lá esteve... perdidos por cem, perdidos por mil: tirámos a Imagem Peregrina à mostra, sem caixa, e passámos em todos os serviços, em todas as camas, junto de todos os doentes que não tinham tido oportunidade de ir à capela vê-la. Se nos mandassem embora nós 'já íamos'. Saímos da capela eram cinco da tarde e conseguimos ter a Imagem Peregrina no carro eram oito da noite", conta, assegurando mesmo "a cura de uma senhora que era completamente descrente e que foi à missa da despedida da Imagem. Foi incentivada por uma funcionária do IPO, que lhe disse: ‘eu levo-a’. E no dia seguinte a senhora estava a trabalhar sem vestígios de doença, quando supostamente tinha, como eu costumo dizer, uma espada em cima da cabeça”.
Fé, teimosia e vontade. Os ingredientes base para escrever um livro
Além destas histórias pessoais que empurraram Carla para Fátima e para Santa Jacinta, é preciso dizer que é uma mulher do Norte, determinada. Por isso, recusa-se a fica quieta quando a desafiam. Percebendo que a passagem de Jacinta por Lisboa não tem sido explorada, começou a divulgar a existência do espaço na Rua da Estrela que havia acolhido a menina antes de ser internada no Hospital Dona Estefânia. Palavra puxa palavra e surge a ideia de pôr tudo por escrito, imprimir a memória. “A ideia de escrever um livro surgiu precisamente numa conversa com um senhor que sabe muito sobre a Igreja e que quando eu falei neste espaço me diz: ‘ah, mas esse espaço existe? Ela veio para Lisboa para o Hospital da Estefânia’. E eu disse que não, que antes de ela ter vindo para a Estefânia esteve na Estrela. ‘Ah, isso era giro de pôr num livro, mas você não é capaz’. Não digam isso a uma mulher do Norte! A partir daquele momento passou a ser o meu objetivo: pôr toda a vivência da Jacinta em Lisboa num livro”, afirma Carla.
Num primeiro momento, estava previsto publicar o livro por ocasião do Centenário das Aparições, em 2017. Mas depois surgiu outra ideia: “Faz 100 anos em 2020 desta estadia de Jacinta em Lisboa; ela esteve cá em 1920. E isto também me está a dar, no fundo, espaço de manobra para investigar ao pormenor e saber com rigor tudo o que se terá passado durante os 30 dias em que ela esteve aqui em Lisboa”.
Para complementar esta investigação, criou conferências mensais numa sala ao lado do quartinho de Jacinta na Estrela, que terminam com a oração do terço, em grupo, tudo marcado e divulgado através do Facebook. “Tinha o intuito de dar a saber que se está a fazer o livro para que as pessoas que eu precisava de conhecer começassem a perceber que as coisas se estavam a fazer. E também, de certa forma, para fazer com que as pessoas conheçam o espaço antes do livro, que as pessoas se interessem. É pôr um bocadinho a curiosidade a funcionar para perceberem o porquê de eu estar a fazer isto”, diz.
O início foi algo desconcertante: apareciam duas ou três pessoas. Agora, quase um ano depois de ter começado, há dias em que a sala já se torna pequena para as mais de 20 pessoas que aparecem. “É uma alegria enorme para mim ter o número de pessoas a aumentar. É sinal de que aquilo que estou a fazer tem algum valor e algum interesse. Tenho pessoas que vêm cá desde o primeiro dia e que perguntam logo quando é a do mês que vem. Às vezes ainda nem eu tenho uma data”.
Já se descobriu o neto de uma enfermeira com mau humor, mas há que chegar a contacto com um sacristão
A investigação de Carla já vai longa e muitas são as curiosidades descobertas. Há dossiês cheios de documentos escritos e fotografias de época. Existem páginas do Diário da República, horários de comboios e correspondência trocada entre Lisboa e Fátima. Também existem muitos livros já lidos de outros autores que começaram a falar de Jacinta na capital do país. Em cima da mesa, aos nossos olhos, estão muitas folhas. Caligrafias várias, umas difíceis e atabalhoadas, outras absolutamente claras. Alguns documentos escritos à máquina, outros já a computador. Carla não esconde o entusiasmo ao manusear os documentos, ao mesmo tempo que nos passa alguns para as mãos. “Estes documentos são os primeiros. Foram-me cedidos precisamente aqui pelas Irmãs e são, por exemplo, troca de correspondência entre o pai da Jacinta e a Madre Godinho, no período em que a Jacinta cá esteve. São também uns inquéritos feitos à Madre Godinho sobre a estadia da Jacinta aqui, e depois temos um inquérito que o Padre Formigão [figura central na investigação e divulgação das aparições] veio cá fazer a Lisboa ao pessoal do hospital que tinha lidado de perto com a Jacinta. Através deste documento, que está tão elaborado, é que eu consegui perceber o funcionamento do próprio hospital”. Aos testemunhos escritos, acrescentam-se os falados. “Esteve cá no outro dia o senhor Manuel na conferência, e que eu já consegui entrevistar, que viveu 13 anos na cama da Jacinta. Esse senhor entrou no hospital uns anos depois [de 1920], ainda a estrutura e a organização do hospital era a mesma, por isso é também uma fonte muito credível”.
Ao longo deste último ano muitas têm sido as descobertas. Na maior parte das vezes, os familiares de quem conviveu com Jacinta encontram Carla e dão-lhe informações que vão delineando o fio condutor desta história. “Este é o mais recente e um dos mais extraordinários documentos que encontrei, que me foi dado pela neta do Barão de Alvaiázere. É um testemunho na primeira pessoa de uma tia dela, uma irmã do Barão, que está presente no funeral da Jacinta, na transladação do túmulo dos Barões de Alvaiázere para Fátima e na ida de Fátima para a Basílica. Ela faz, aliás, um capítulo mesmo só sobre a Jacinta, porque esteve presente no Milagre do Sol [13 de outubro de 1917]”, diz.
Mas a passagem de Jacinta por Lisboa não se resume à pastorinha.“Tem-me marcado muito a história da enfermeira que lidava mais com a Jacinta, a enfermeira Leonor, por não ser católica, por ser completamente descrente, e por ter sido a única pessoa a quem a Jacinta disse de viva voz que ela era a Jacinta de Fátima, que tinha visto Nossa Senhora. No fundo, isto também nos dá esta ligação de Fátima às outras convicções, às outras religiões. O não pôr de parte. Aquela enfermeira não era católica, mas é com ela que Jacinta sente necessidade de partilhar isso. Quem a conheceu no hospital diz que ela tinha muito mau humor! Eu conheci o neto dessa enfermeira, que ainda lidou variadíssimos anos com a avó, e que notava que havia ali qualquer coisa de especial quando a avó falava desta situação”, refere Carla.
Contudo, nem sempre foi assim tão fácil chegar a informação. “Há portas que se fecharam a sete chaves e ainda não voltaram a abrir”, confidencia Carla. Não quer dizer quais, mas tem esperança que tudo mude. E, apesar das dificuldades, tem conseguido avançar. “Isto tem demorado, mas também por isso tem dado mais gozo. Tenho conseguido chegar na mesma às coisas, sem passar por cima de ninguém, sem ter de magoar ninguém, sem ter de virar costas a ninguém. A maior parte das coisas têm-me vindo parar às mãos”.
Todavia, ainda falta juntar algumas peças ao puzzle. E Carla não desiste. “Quero encontrar os familiares do sacristão da Igreja dos Anjos, que terá sido o senhor que em vez de zelar pela menina perante a multidão de pessoas que chegou à igreja para tocar e para tentar levar um bocadinho da Jacinta para casa, lhe terá cortado o cabelo. Muitos anos depois, este cabelo é entregue no Santuário de Fátima, assim de uma forma discreta. Gostava de encontrar este senhor, para saber o porquê deste corte de cabelo”, afirma.
Apesar de ter sido uma atitude reprovável, esta vontade de encontro “não é de forma nenhuma para dizer que ele [o sacristão] fez asneira. Não, não é de todo isso! Não é dar um ralhete à família", assegura.
Em toda a investigação esta tem sido a pessoa mais difícil de achar. "Comprei aqui há tempos um livro, à espera que lá estivesse o nome do senhor, e qual é o meu espanto quando numa frase diz ‘sacristão esse do qual não me recordo do nome’. Foi uma frustração!”. Contudo, quando tudo parecia descambar e as esperanças começavam a diminuir, uma simples pesquisa no Google — depois de tantas — revelou a primeira pista. "Consegui encontrar, no jornal Voz da Fátima de 13 de março de 1984, o nome do sacristão: Álvaro Artur Moranha, sacristão da Igreja dos Anjos em Lisboa".
A "madeixa de cabelo alourado, entrançada e presa com uma fitinha azul e branca", como se lê na publicação, foi entregue ao Santuário de Fátima em setembro de 1982, juntamente com um bilhete assinado pelo próprio sacristão, com a data de 23 de fevereiro de 1920. Sabendo o nome do sacristão e de quem entregou o cabelo — que passou por várias pessoas —, o objetivo agora é conseguir chegar a alguém. "É dito que o cabelo e o bilhete foram entregues por uma senhora chamada Maria Gabriela da Silva Franco de Carvalho, de Torres Vedras. Agora estou a fazer tudo para conseguir encontrá-la ou a alguém da família", diz Carla.
Se aqui há esperança de chegar ao contacto com alguém, o mesmo não se pode dizer sobre o misterioso homem que acompanhou Jacinta na derradeira viagem de regresso a Fátima. "Aí é bastante difícil — acho que já fui ao mais fundo que se pode ir, que é aos arquivos dos caminhos de ferro", diz Carla. Trata-se do "condutor do comboio, que não é o maquinista do comboio”, começa por clarificar. “O condutor do comboio era o senhor que, em cada estação e apeadeiro, mandava parar e seguir o comboio conforme tivesse passageiros ou não. Segundo algumas cartas do Dr. Eurico Lisboa [oftalmologista que queria analisar os pastorinhos para provar que as aparições não passavam de um problema nos olhos das crianças, mas que acabou convertido] e do senhor Barão de Alvaiázere [que disponibilizou um jazigo para Jacinta], percebe-se que este senhor faz a viagem desde a estação do Rossio até à estação de Chão de Maçãs [estação mais próxima de Fátima] a acompanhar a urna da Jacinta, que vai num comboio de mercadorias. Eu já consegui inclusive os pormenores do número do comboio, do horário”.
Contudo, não chega. Era preciso saber o nome deste homem para se chegar à família, mas até agora não há nada que o indique. “Este registo dos funcionários, mesmo que na altura fosse feito, já se perdeu. Uma das funcionárias do arquivo já me foi procurar as atas dessa altura, da administração dos caminhos de ferro, para tentar perceber se havia alguma referência a esse transporte, mas era extremamente comum na altura fazer-se o transporte dos funerais de comboio. Por isso a Jacinta, ali, desculpem-me a expressão, seria ‘mais uma’. Não era uma coisa nova, não era nada de extraordinário. Era mais comum ser de comboio do que de carro, até porque carros não havia muitos. E, além de não haver muitos, ficava muito mais barato de comboio”.
Esta última viagem de Jacinta é, no fundo, o oposto daquela que a levou a Lisboa. “Aí veio num comboio de passageiros com a mãe e com um dos irmãos, mas depois a urna regressa a Fátima completamente sozinha, num vagão que é alugado precisamente para esse transporte, com o condutor do comboio que leva todos os documentos do Governo Civil e todos os documentos de autorização desse transporte. Era só esta pessoa. Terá ido depois uma comitiva num comboio de passageiros, mais tarde, mas ali era só o condutor que acompanhava a Jacinta”, conclui.
Um recado deixado em Lisboa
Olhando para Fátima e para as Aparições — mais discretas — que se seguiram, também em Lisboa ficou uma mensagem, conta Carla. Este recado, que Jacinta entregou à Madre Godinho por não conseguir falar com o Padre Formigão, refere que “Nosso Senhor está profundamente ofendido com os pecados e crimes que se cometem em Portugal. Por isso, um terrível cataclismo de ordem social ameaça o nosso país e principalmente a cidade de Lisboa”, realçando ainda que “a capital converter-se-á numa verdadeira imagem no inferno”. Contudo, Carla pede que este recado não seja analisado à letra, tendo em consideração a época em que foi divulgado e o contexto histórico.
Olhando para este quarto, onde Nossa Senhora falou com a menina e deixou um recado, sentada numa cadeira que agora tem as pernas cortadas para que não seja usada por mais ninguém — a pedido de Jacinta —, fica apenas a certeza de um lugar de paz e respeito, crenças à parte. “Dos três espaços em que Jacinta esteve em Lisboa, não há este espírito de preservar o lugar como aqui nas Irmãs. Aqui as coisas estão como eram na altura, ao ponto de a luz do quarto não ser muito forte porque na altura também não seria. Depois, no Hospital Dona Estefânia, não por culpa de A, B ou C, mas porque foi preciso expandir o hospital, que passou de dois pisos a três, perdeu-se o espaço físico desta estadia, e na Igreja dos Anjos, onde ela esteve a ser velada, tem uma placa identificativa na sala, mas não passa disso”, refere Carla.
“Perde-se um ponto da História de Portugal, quer queiramos, quer não. Quer sejamos crentes ou não, esta é a História do nosso país. Fátima é, sem dúvida nenhuma, uma das três coisas fundamentais da História de Portugal pelo mundo fora. Podem não saber onde fica o país, mas falando no Fado, no Futebol e em Fátima, eles sabem que somos portugueses”.
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