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Sendo cabeça-de-série, o SL Benfica partiu “de cadeirão” para o sorteio da fase de grupos da Liga dos Campeões, apesar de saber que, à partida, um dos tubarões do Pote 2 lhe poderia calhar. E calhou. O Manchester United de José Mourinho, vencedor da Liga Europa no ano passado (garantiu a qualificação para a principal competição da UEFA dessa forma, uma vez que ficou em 6.º lugar na edição passada da Premier League), foi a “fava” que saiu às águias de Rui Vitória.
Para além do peso dos Red Devils a nível europeu (venceram por três vezes a Liga dos Campeões, a última das quais em 2008 ainda com Cristiano Ronald na equipa), há ainda a ter em conta o fator “segunda época de Mourinho num clube”, que quase já faz parte da gíria futebolística mundial.
Os comandados de Mou estarão, provavelmente, mais fortes. Não só devido à consolidação de processos e ideias de jogo do português, mas também devido às cirúrgicas aquisições que tornaram ainda mais forte uma equipa já de si recheada de estrelas.
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Lindelof (que chegou, precisamente, do clube da Luz), Matic (que já passou pelos encarnados com o sucesso que se conhece) e Lukaku, possante ponta-de-lança belga que chegou do Everton foram as adições ao elenco de Mourinho para que possa atacar a época que agora começou e voltar a devolver ao United à glória nacional (não vence o campeonato desde 2012/2013, o ano de retirada do histórico Alex Ferguson) e europeia.
Esperam-se duelos escaldantes entre ambos os conjuntos, principalmente quando Mourinho, Lindelof e Matic regressarem ao Estádio da Luz, no próximo dia 18 de outubro.
Depois da “fava” Manchester United, veio o “doce” Basileia, a tal equipa do Pote 3 que deve ter feito muitos benfiquistas sorrir, ao perceberem que evitavam equipas bem mais difíceis como a Roma ou o Nápoles (Tottenham e Liverpool, que também estavam no mesmo pote, ficaram automaticamente excluídos devido à presença dos Red Devils no grupo).
O conjunto suíço, oito vezes seguidas campeão helvético, tem sido uma presença mais ou menos regular na Liga dos Campeões e até já defrontou o SL Benfica na temporada 2011/2012 na competição milionária (empate 1-1 na Luz, vitória para os encarnados por 2-0 na Suíça), mas é também um adversário que se pode considerar acessível.
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Com alguns jogadores interessantes no plantel, casos do central colombiano Éder Balanta ou do médio albanês Taulant Xhaka (irmão de Granit Xhaka, que joga no Arsenal e pela seleção da Suíça), o Basileia conta ainda com o português Pedro Pacheco no plantel (formado nas camadas jovens do clube) e com um jogador bem conhecido dos portugueses, particularmente dos sportinguistas: Ricky van Wolfswinkel.
O ponta de lança holandês, contratado ao Vitesse depois de uma temporada em que apontou 23 golos em 37 jogos, tem sido o destaque dos suíços neste início de época meio titubeante do Basileia (três vitórias, um empate e uma derrota nos primeiros cinco jogos da liga suíça), com cinco golos nas cinco primeiras jornadas do campeonato.
Faltava o Pote 4, onde clubes como o Maribor (Eslovénia), o estreante Qarabag (Azerbeijão) ou o Apoel Nicósia (Chipre) era os nomes mais “apetecíveis”, por assim dizer. Mas não foi o que sucedeu. Da Rússia, “sem amor”, chegou o CSKA Moscovo.
Orientados pelo jovem treinador (39 anos) bielorrusso Viktor Goncharenko, os russos costumam ser um “osso duro de roer” e eram uma das equipas do Pote 4 que quase todos quereriam evitar.
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Com o veterano Akinfeev na baliza e os não menos veteranos irmãos Berezutskiy na defesa, o brasileiro Mário Fernandes como motor do corredor direito, o israelita Natcho e o sueco Wernbloom no miolo e, principalmente, o talento russo Dzagoev como “vagabundo” na frente de ataque, os moscovitas prometem não facilitar a vida ao clube da Luz na luta pelo apuramento para a próxima fase da Liga dos Campeões.
O confronto entre ambos os conjuntos é, de resto, de má memória para as águias. Nos dezasseis-avos de final da (ainda) Taça UEFA (atual Liga Europa) da época de 2004/2005, os russos eliminaram o SL Benfica (empate 1-1 na Luz e vitória por 2-0 em Moscovo). Nessa época, o CSKA Moscovo foi à final da competição acabando por vencê-la. O adversário na final? Isso mesmo, o Sporting CP, que acabou derrotado por 3-1 em Alvalade (que nesse ano recebeu a final), num jogo que até hoje perdura, por más razões, na cabeça de muitos sportinguistas.
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