A Dongfeng Race Team, equipa franco-chinesa patrocinada pela empresa Dongfeng Motor Corporation, apresentou, num evento que se dividiu entre Paris e Lorient, a tripulação e a equipa de terra que irá disputar a Volvo Ocean Race, regata que dará a volta ao mundo em vela.
A prova, que se estende por 45 milhas náuticas (80 mil quilómetros) durante 9 meses, visita 11 cidades, espalhadas pelos 5 continentes. Arranca de Alicante, a 22 de outubro e passará por Lisboa, Cidade do Cabo, Hong Kong, Guangzhou, Auckland, Itajaí, Newport, Cardiff e Gotemburgo antes de chegar a Haia, junho de 2018.
É a segunda participação, consecutiva, da empresa chinesa que terá, de novo, Charles Caudrelier como skipper. O objetivo passa por melhorar o 3º lugar obtido na sua primeira campanha, em 2014-15, feito que superou todas as expectativas.
Francês, 44 anos, Charles Caudrelier (na foto) coordenará uma tripulação de 12 velejadores que representam 6 nacionalidades: França, China, Austrália, Holanda, neozelandeses e, claro, chineses. Entre os tripulantes contam-se cinco vitórias na Volvo Ocean Race, cinco campanhas Olímpicas e 32 Solitaire du Figaro (incluindo cinco vitórias). Há duas mulheres, três chineses, entre veteranos, juventude, repetentes e debutantes.
“Criámos um mix perfeito de estreantes chineses, velejadores experientes do Figaro e da Volvo Ocean Race. E fomos rápidos a atuar na oportunidade de incorporar mulheres na equipa e procurei vencedores (masculinos) com provas dadas”, afirmou Caudrelier durante a conferência de imprensa. “Queria um grupo de pessoas que possa crescer mais forte na adversidade, nunca desistir e divertir-se ao longo da regata”, anotou.
“Vamos viver juntos nos próximos meses. Vamos estar molhados, com frio, zangados, com calor, exaustos e desesperados para dormir de vez em quando, por isso, as nossas relações têm que ser muito fortes para aguentar tamanha pressão. Estou muito contente com a equipa que construímos, e estou confiante que estamos talhados para a missão temos à nossa frente”, finalizou.
O diretor da equipa, Bruno Dubois, recordou que depois de terem sido apontados como “os mais fracos” da última vez, são vistos como “concorrentes fortes”, nesta edição. “A chave tem sido usar a nossa experiência adquirida e trabalhar em cima disso, e não nos podemos fiar” disse. “Nomear o Charles Craudelier como skipper foi o primeiro passo. Mas, acrescentamos alguns ingredientes novos ao nosso mix - homens e mulheres de grande valor que trazem experiência e fome de vitórias, e vão ao encontro dos nossos objetivos,” acrescentou Bruno Dubois.
Experiência, juventude, mulheres, chineses, olímpicos, solitários e campeões da VOR
Depois do barco ter sofrido em março um “refit” em Lisboa, no “Boatyard” (estaleiro) da Doca de Pedrouços, a equipa chinesa da Dongfeng mudou-se para a base de treino situada em Lorient, na bretanha francesa. É lá que vive a tripulação mista e internacional que junta experiência e juventude, velejadores com títulos e milhares de horas no mar e outros debutantes. E, acima de tudo, um conjunto de velejadores que domina múltiplas disciplinas de navegação, dos velejadores solidários, à experiência olímpica e o “papa” regatas da VOR.
Charles Caudrelier, vencedor da edição 2011-2012 da VOR com a equipa da Groupama, terá de novo a bordo o seu braço direito na última edição, Pascal Bidegorry (vencedor da Solitaire du Figaro e da Transat Jacques Vabre). Cara conhecida do skipper é Kevin Escoffier, reputado construtor naval.
Jeremie Beyou, troca o solitário da Vende Globe pela primeira VOR. A sua vasta experiência encontra eco em Stu Bannatyne, que vai para a oitava edição, e Daryl Wislang (três edições), que venceu a última com o Abu Dhabi Ocean Racing, ilustres representantes da terra do kiwi e do râguebi. Os três serão chefes de turno.
As novas regras são totalmente assimiladas. A Dongfeng decidiu, após a norma que incentiva equipas mistas, incorporar a estreante francesa Marie Riou, velejadora olímpica e quatro vezes campeã do mundo de Nacra 17, e a holandesa Carolijn Brouwer, que conta duas Volvo Ocean Race (equipas femininas) e Jogos Olímpicos.
Já falámos de oito velejadores, faltam quatro. Todos eles menores de 30 anos, dando seguimento às regras que ditam que todas as equipas devem ter pelo menos dois tripulantes a bordo até a essa idade em cada uma das 11 etapas. Na proa, e também ao leme surge o velejador australo/britânico Jack Bouttell, um veterano com três participações na Solitaire du Figaro. E, porque, o compromisso é, mais uma vez, ajudar a criar as bases para a vela oceânica na China a tripulação conta com três jovens velejadores chineses – Yang Jiru (Wolf), Xue Liu (Black) e o Jinhao Chen (Horace).
Aliado aos velejadotes o Dongfeng Race Team construiu uma equipa experiente de terra com o guru da meteorologia e routing, Marcel van Triest, Fabian Delahaye, responsável do departamento de performance, os analistas Olivier Couillard e Cyril Douillet, e o responsável de eletrónica, Ben Swartz.
“Porque trabalhamos muito para assegurar que tudo o que fazemos – seja no mar, no ginásio, na logística ou marketing e comunicação – tentaremos sempre fazer o melhor”, sublinhou Bruno Dubois. E melhor será sempre ficar acima do que foi conseguido na edição 2014-15. Ou seja, acima do 3º lugar. E “ninguém quer o segundo álbum, o segundo livro não é tão brilhante e interessante como o primeiro”, finalizou.
*Os jornalistas viajaram até Paris e Lorient a convite da Dongfeng Race Team
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