“Quis sempre voltar onde me sinto bem, onde fui feliz e onde quero voltar a ser feliz.” Foi com estas palavras ao site do Sporting que João Mário confirmou o seu regresso ao clube que o formou para o futebol.
Há quatro anos, quando trocou os leões pelo Inter de Milão, João Mário tinha acabado de ser titular na final do Euro 2016 (“obrigado, Éder”, nunca é demais dizer) e de fazer a melhor época da carreira ao serviço do Sporting, então treinado por Jorge Jesus. Com Adrien e William Carvalho completou um tridente de meio-campo que fez sonhar os adeptos leoninos com saudades da tripla Vidigal-Duscher-Pedro Barbosa que devolveu o campeonato nacional ao clube de Alvalade em 2000, 18 anos depois da última conquista.
Nesse ano, João Mário tinha apenas sete anos. Agora, 20 anos depois, vai colmatar a saída de Wendel para o Zenit russo (ainda que sejam jogadores diferentes), ajudar o Sporting a lutar pelos seus objetivos e voltar a merecer a confiança de Fernando Santos na seleção (não esteve presente nas duas últimas convocatórias).
Quando em 2016 saiu para o clube de Milão, João Mário rendeu 40 milhões de euros aos cofres de Alvalade. E a verdade é que a primeira época em Itália correu bem em termos individuais: foi o 10.º jogador mais utilizado (23 vezes titular, 9 vezes suplente) e apontou três golos e fez cinco assistências em partidas da Serie A, merecendo a confiança dos quatro (!) treinadores que o clube teve ao longo da temporada.
Contudo, na temporada seguinte foi menos vezes opção em Milão (apenas cinco jogos a titular na primeira metade da época), tendo saído em janeiro para a Premier League. O destino foi o West Ham, onde jogou por 12 vezes a titular e apontou dois golos.
A estadia em Londres, contudo, seria curta, uma vez que regressaria a Itália e ao Inter de Spaletti, onde foi, ainda assim, menos influente do que na sua primeira época na Serie A (13 jogos a titular, nove a suplente e um golo e três assistências no campeonato).
Na época passada, novo empréstimo, desta vez ao Lokomotiv de Moscovo, onde reencontrou Éder e a titularidade (20 jogos como titular na Rússia, um golo e quatro assistências no campeonato).
Agora, é hora de João voltar a casa onde, quatro anos volvidos, vai apenas reencontrar Coates da equipa que deixou em 2016. "Só trabalhei com o Seba [Coates]. Conheço também o [Luís] Neto da selecção [nacional], obviamente”, referiu ao site leonino, deixando ainda elogios a Ruben Amorim.
“O treinador é diferente e gosto daquilo que tenho visto. Plantel jovem, treinador jovem com excelentes ideias. Não tenho dúvidas que me vou adaptar muito bem porque me identifico bastante com o projeto", contou ainda o internacional português ao site do Sporting.
Apreciado em Alvalade, a dúvida será agora perceber como encaixará no esquema do Amorim: se ao meio, fazendo parelha com Matheus Nunes, se numa das posições do ataque. João Mário voltará a envergar o n.º 17 nas costas - "acredito sempre que no que corre bem não se mexe. Gosto muito deste número" - e, aos 27 anos, será uma espécie de "veterano" de um plantel muito jovem (apenas Adán, Coates, Neto e Antunes são mais velhos que o jogador formado em Alvalade).
Contas feitas, o que é certo é que o internacional português está de regresso ao Sporting e ao nosso campeonato. Se voltará ou não a ser feliz, o futuro o dirá.
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