Os Vaporflys, ténis da Nike, estiveram a um passo de ser banidos das competições, mas para já o que a organização mundial de atletismo decidiu foi suspender temporariamente qualquer nova tecnologia para calçado de competição até ao fim dos Jogos Olímpicos de Tóquio que se realizam este verão. Da World Athletics espera-se também nova regulação nesta matéria, impondo às empresas que apresentem os protótipos de novos produtos antes de poderem ser usados em competição.
Mas vamos a números. Os Vaporflys estavam nos pés dos atletas que venceram 31 das 36 maiores maratonas mundiais em 2019. Eliud Kipchoge, o queniano que estabeleceu um novo recorde mundial em Berlim, em 2018, também correu com um par nos pés.
A discussão não é nova. Desde que o modelo foi lançado em 2016 que divide a comunidade desportiva, sabendo-se pelos estudos entretanto conduzidos que melhora em 4 a 5% a performance desportiva, o que se pode traduzir numa vantagem de 1 minuto a 90 segundos para um atleta masculino de elite.
É ou não legítimo usar a tecnologia para melhorar a performance de atletas – neste caso para correr mais rápido? E se sim, como é que se resolve a situação dos atletas que não são apoiados por marcas como a Nike e dependem tão somente das suas próprias capacidades? A discussão está apenas no início e é um novo capítulo de como a tecnologia está a alterar a forma de coisas tão simples como correr.
Entretanto a Nike tem já um novo modelo na forja. Chama-se AlphaFly e chega ao mercado este ano.
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