“O meu principal objetivo da época são os Jogos Olímpicos, por isso, agora é aproveitar o bom momento de forma, porque o corpo está a reagir melhor ao volume de treino e, agora, é meter aspetos técnicos, para me apresentar com melhor consistência no ar livre”, afirmou o campeão olímpico do triplo salto em Pequim2008, em declarações à Lusa.
Nelson Évora (Sporting) disputou hoje a competição de salto em comprimento dos campeonatos de Portugal de atletismo em pista coberta, em Pombal, onde terminou no terceiro lugar, com 7,43 metros, atrás de Marcos Chuva (Benfica), que somou o sexto título na especialidade, o segundo seguido, com um salto de 7,73.
“O meu objetivo não era sequer ganhar algo, mas rodar um pouco mais, porque o calendário de pista coberta é curto. Aproveitei, vim cá, marquei presença e está feito, agora é descansar três ou quatro dias e voltar aos treinos”, explicou.
No sábado, na primeira jornada dos campeonatos, Évora, que já foi quatro vezes campeão no salto em comprimento, arrebatou o oitavo título nacional no triplo, com 16,51 metros, enquanto o seu principal rival na especialidade, Pedro Pablo Pichardo (Benfica), era desclassificado na prova de 60 metros, por falsa partida.
Questionado sobre a ausência do recordista nacional da competição, Évora escusou-se a comentar: “Não tenho de estranhar nada, estou focado no meu trabalho, as pessoas é que têm de estranhar”.
O saltador ‘leonino’ assegurou manter o empenho para Tóquio2020, apesar da ameaça provocada pelo surto de coronavírus, que já obrigou a cancelar muitas competições em todo o mundo, em especial na Ásia.
“Vai ter de haver uma reestruturação do calendário desportivo, mas a nós, atletas, cabe-nos continuar a treinar, saudáveis, todos os dias para os seus objetivos. Esse é o pensamento que temos de ter. Mas há que encarar a realidade, muitas provas vão ser canceladas ou adiadas, há inclusivamente o perigo de os Jogos sofrerem alguma alteração”, referiu.
O plano da temporada está centrado nos Jogos, marcados para o período entre 24 de julho e 9 de agosto: “A data que está marcada é a data em que temos de estar no nosso melhor, se houver alguma alteração, temos de repensar”.
“Acho que é um choque para toda a gente, o cancelamento dos Mundiais em pista coberta também, mas são questões de saúde pública. Há que pensar na saúde, porque sem saúde não se pode desfrutar. Mediante a decisão que for tomada, temos de reestruturar tudo”, concluiu Évora, defendendo uma “mente positiva”, porque, qualquer que seja a decisão, “vai ser igual para todos”.
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