River Plate, rival do Palmeiras nas meias-finais da Copa Libertadores, que começam esta quarta-feira, chega a esta fase da competição pela quinta vez desde 2015 e é o melhor time da América do Sul. Superá-los, apesar de difícil, é possível e levará o Palmeiras à final da competição pela primeira vez desde o longínquo ano 2000.
Desde que chegou ao Verdão, Abel Ferreira já enfrentou e superou vários desafios. Desde reforçar a confiança de um plantel posto em causa, lidar com a redução do número de jogadores na equipa, um surto de covid-19 e as difíceis eliminatórias na Copa do Brasil e Libertadores. Se há algumas semanas o time era elogiado pelo bom futebol, nas últimas conseguiu superar eliminatórias sem jogar bem, mas mantendo a eficiência.
Se a passagem do técnico português pelo emblema brasileiro ainda está no começo, o treinador do próximo adversário do Palmeiras é um veterano do banco dos argentinos do River Plate. Marcelo Gallardo, ex-jogador do próprio clube, ocupa a função desde 2017 e já chegou a cinco meias-finais da competição continental, assim como a duas da sudamericana.
Durante este período de muito sucesso, Gallardo conseguiu remontar a equipa diversas vezes, mostrando ótimo entrosamento com as canteras da base milionária e um excelente faro para observar talentos pela América. Mais do que isso, o River pratica bom futebol e tem variedade de escolhas táticas. Com boas opções no banco de reservas, o treinador argentino sabe explorar o plantel para apresentar a melhor versão da equipa diante de cada adversário. Pode jogar com três avançados ou com três zagueiros e mudar a estrutura da equipa durante o jogo facilmente.
No ano passado, perdeu a final para o Flamengo de Jorge Jesus nos últimos minutos, após uma breve falha de concentração, fatal para o talentoso ataque Rubro-Negro. Agora, volta-se a apresentar forte, nesta época, o que vai exigir o melhor Palmeiras do ano para ser superado.
Gallardo já enfrentou o Palmeiras nesta fase, mas como jogador. Em 1999, o River foi eliminado pelo clube paulista liderado por uma atuação retumbante do guarda-redes Marcos, que viria a ser campeão mundial com o Brasil em 2002. O então meia deu luta, acertou boas jogadas e na trave palmeirense uma vez.
Certamente que Abel estuda cuidadosamente o rival e terá aproveitado a primeira sequência de seis dias do clube, desde agosto, para treinar o plano que vai levar a jogo. Deve olhar para o bom desempenho contra o Atlético-MG no último encontro antes de assumir a equipa como inspiração. Na vitória, o Palmeiras focou-se na forte pressão na marcação em linha média, na intermediária, para recuperar a bola e avançar em velocidade, com campo livre às costas do rival. Rony e Gabriel Veron, velozes pelos lados, são a chave para a estratégia.
O River Plate não é imbatível. Passeou pelo grupo na primeira fase, esteve mal contra o Athletico-PR, mas muito bem contra o Nacional nas eliminatórias anteriores. Tem a vantagem de ter o calendário mais folgado, já que na Argentina o torneio nacional não voltou e estão a disputar uma competição amigável, nacional, chamada de Troféu Diego Maradona. Entretanto, a falta de ritmo competitivo pode prejudicar a equipa.
A primeira mão da meia-final acontece, em Buenos Aires, na noite de terça para quarta-feira, às 00h30 do dia 6 de janeiro, horário de Lisboa. Voltarão a enfrentar-se, no mesmo horário do dia 13, no Allianz Parque. O vencedor enfrentará, no Maracanã, o vencedor do encontro entre Santos e Boca Júniors.
Comentários