Há cerca de um ano, foi notícia uma alegada discussão entre Sérgio Conceição e Danilo Pereira que teria levado o internacional português a abdicar do estatuto de capitão no FC Porto. Estava em causa um suposto atraso para um jantar que não terá agradado ao técnico dos Dragões.
Um ano depois, não sabemos se Danilo se terá atrasado mais alguma vez para jantar. O que sabemos é que não deixou o FC Porto chegar atrasado ao primeiro match point de que dispôs, dependendo apenas de si, para ser campeão.
O adversário dos portistas no jogo que podia dar – e deu mesmo – o segundo título dos portistas na era Sérgio Conceição foi o Sporting de Rúben Amorim, um dos clubes que melhor se portou neste reatamento pós-covid e que ainda não tinha perdido desde que o treinador que custou mais de 10 milhões de euros ao clube de Alvalade se tinha sentado no banco verde-e-branco.
Os leões começaram a todo o gás e aos 20 segundos já tinham colocado a bola dentro da baliza dos portistas, mas o golo foi anulado por fora de jogo de Sporar e a verdade é que, depois disso, o Sporting só voltaria a criar verdadeiro perigo em lances de bola parada, com dois cabeceamentos de Coates e Jovane na sequência de pontapés de canto a serem as jogadas de perigo dignas de registo na primeira parte do conjunto leonino.
Já o FC Porto não quis perder o mini-campeonato de golos anulados, tendo Luis Díaz contribuído para o “empate” neste capítulo, quando na sequência de um lance confuso introduziu a bola na baliza de Marchesín mas viu o golo ser anulado devido a uma mão na bola.
O mesmo Luis Díaz seria o protagonista da jogada mais perigosa do FC Porto na primeira parte, quando na sequência de um canto estudado viu-se com o esférico na pequena área e, descaído para a esquerda, rematou rasteiro para fora do alcance de Max; não contava era com Coates, que tirou a bola quase em cima da linha de golo.
Chegámos ao intervalo com um jogo que talvez não tenha sido morno mas que assim pareceu porque “clássico que é clássico” não sabe ao mesmo se for jogado à porta fechada. O futebol não sabe ao mesmo se for jogado à porta fechada.
No reatamento, o miúdo Fábio Vieira – titular pela primeira vez no conjunto portista – “acordou” a partida com um tiraço à barra aos 62 minutos e pouco depois Danilo Pereira, capitão dos dragões que se estreou a marcar nesta época no joga da jornada passada frente ao Tondela, respondeu da melhor forma a um canto de Alex Telles para marcar o golo que garantiria o 29.º título nacional do FC Porto.
Na meia hora seguinte assistiu-se a uma tímida reação leonina até que, em cima dos 90 minutos, Moussa Marega, outros dos protagonistas da época devido ao episódio em que abandonou o relvado em Guimarães (e, já agora, devido ao "amuo" no jogo da jornada passada frente ao Tondela, depois de ter sido "obrigado" a ceder a marcação de um penálti a Fábio Vieira), carimbou em definitivo a vitória portista, no clássico e na liga.
E como "Clássico que é Clássico" precisa do tradicional "sururu", o jogo não terminou sem uma confusão junto à linha lateral que seria sanada com cartões amarelos. O jogo terminaria pouco depois e nem a inexistência de público impediu a festa no relvado de todos os elementos do plantel e estrutura portista. Não é um título com o mesmo sabor dos outros, festejado junto dos adeptos. Mas é um título que conta o mesmo que todos os outros. O 29.º do clube, o segundo de Sérgio Conceição pelos Dragões no dia em que fez 100 jogos na Liga portuguesa sentado no banco azul e branco.
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