O presidente do Bundesbank, Jens Weidmann, disse hoje num simpósio sobre “dinheiro vivo” que, tendo em conta que o branqueamento de capital e as criptomoedas se oferecem como meio para financiar o terrorismo a nível global, “é claro que uma regulação nacional ou europeia só pode ter um efeito limitado”.

Weidmann considerou que é importante aplicar o regulamento contra o branqueamento de capital e impedir que as criptomonedas se utilizem como meio para financiar o terrorismo.

Segundo o presidente do Bundesbank, agora está-se a trabalhar a nível europeu sobre as linhas diretoras contra o branqueamento de capital com o objetivo de que os gestores de casas de câmbio e de bolsas de dinheiro eletrónicas controlem os seus clientes da mesma forma que outros institutos financeiros.

Weidmann disse que, de momento, os riscos para a estabilidade financeira derivados das criptomoedas são limitados, mas que “isto pode mudar se os bancos investirem mais fortemente, se os investidores puserem à disposição dinheiro para especular em moedas digitais ou se as criptobolsas retirarem liquidez”.

Assim, “os bancos devem cobrir aqueles riscos com capital suficiente”, defendeu Weidmann.

O presidente do Bundesbank afasta a possibilidade de que o dinheiro digital vá competir com o “dinheiro vivo” e considera que os bancos centrais não deviam emitir dinheiro digital no futuro devido aos efeitos que tal podia ter para o setor financeiro e para a política monetária.

Weidmann disse que as criptomoedas, incluindo a bitcoin e outras 1.500 mais, não são moedas e deveriam ser chamadas de ‘token’ e que uma transação com bitcoin consome 460.000 vezes mais eletricidade do que uma transferência bancária habitual.

A volatilidade com a bitcoin é seis vezes mais elevada do que a do índice bolsista S&P 500 e 13 vezes superior à do ouro.

Por isso, concluiu Weidmann, a “bitcoin é ineficiente do ponto de vista económico e ecológico”.