O ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, participa na reunião em representação de Portugal.
O conflito em curso na Ucrânia volta a ser um dos tópicos principais da reunião dos chefes da diplomacia dos 27 da UE, assunto que fez parte de todos encontros desde o início da ofensiva russa, em fevereiro do ano passado.
Em cima da mesa neste encontro vai estar a contraofensiva que as Forças Armadas ucranianas iniciaram recentemente e que não está a avançar tanto quanto era esperado. Por um lado, as defesas que as tropas de Moscovo prepararam no território ocupado estão a dificultar progressos e, por outro lado, os países que apoiam a Ucrânia estão com dificuldades em responder às necessidades de munições.
Mas desta vez há outra questão que inquieta os 27 e que vai ser abordada: a suspensão por parte de Moscovo do acordo de exportação de cereais através do Mar Negro.
Na segunda-feira, a Rússia anunciou que ia suspender o acordo de exportação de cereais pelo Mar Negro a partir de portos ucranianos, argumentando que os compromissos assumidos em relação à parte russa não foram cumpridos.
Assinado no verão de 2022 em Istambul pela Ucrânia e pela Rússia, sob a mediação da ONU e da Turquia, o acordo abrange os cereais ucranianos e a exportação de fertilizantes e de produtos alimentares russos.
Na reunião vão também participar, como convidados e por videoconferência, o ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano, Dmytro Kuleba, e o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken.
No encontro, os diplomatas europeus também reservarão tempo para falar sobre segurança económica e sobre a Turquia.
Antes do início da cimeira da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), que decorreu na semana passada na Lituânia, o Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, elevou a fasquia e chegou a condicionar a adesão da Suécia à NATO se a UE retomasse as negociações de adesão com a Turquia.
Erdogan acabou por concordar em enviar o protocolo de adesão da Suécia à NATO para que seja ratificado pelo parlamento turco, mas o sinal político de Ancara foi dado e ficou o alerta para a impaciência quanto à adesão da Turquia, que é candidata desde 2005 ao bloco comunitário.
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